O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, previu nesta segunda-feira, 16, que as exportações brasileiras para a China se elevem a US$ 37 bilhões este ano, 20,5% a mais do que em 2010. O anúncio foi feito no encerramento do Encontro Empresarial Brasil-China, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), que discutiu as oportunidades de ampliação dos investimentos chineses no Brasil.
Assinalou contar com o apoio do governo chinês para diversificar a pauta das exportações brasileiras, com produtos de maior sofisticação técnica (valor agregado), principal reivindicação do governo e do empresariado nas relações econômicas bilaterais. ´”É preciso qualificar as relações comerciais com a China. A qualificação nos preocupa, mas há movimentos que dão esperança a essa qualificação. O Brasil não quer ser apenas um cliente comercial da China, mas um sócio”, assinalou Pimentel.
Um dos movimentos positivos rumo à qualificação mencionados pelo ministro do Desenvolvimento foi confirmado pelo ministro do Comércio da China, Chen Deming, que também participou do encerramento do encontro na CNI. Deming ressaltou que o 12º Plano Quinquenal, a ser executado a partir deste ano, ampliará as importações chinesas, abrindo, assim, maiores possibilidades para as exportações do Brasil.
O ministro do Comércio da China disse compreender a preocupação do Brasil em vender itens de maior valor agregado, mas salientou ser necessário que o empresariado brasileiro faça melhor divulgação dos seus produtos. “O Brasil tem produtos de boa qualidade, mas o chinês não conhece estes produtos”, declarou.
Afirmou reconhecer que o câmbio valorizado prejudica as exportações do Brasil, mas enfatizou ser preciso que a indústria brasileira aprofunde seus processos de inovação. “A estrutura industrial depende da inovação e as exportações dependem da estrutura industrial”, definiu Chen Deming.
Sem dar detalhes, o ministro do Comércio da China observou que o Brasil necessita, igualmente, criar condições mais favoráveis para os investimentos estrangeiros, “porque o objetivo deles é o lucro”. Segundo ele, maiores investimentos externos no país representam aporte de tecnologia.
O presidente do Conselho de Integração Internacional da CNI, Paulo Tigre, que preside a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), pontuou ser um grande desafio a dinamização do comércio bilateral. “Esse processo exige melhor aproveitamento das complementariedades entre os mercados, maior integração das cadeias produtivas, além do estabelecimento de novas modalidades de parcerias entre as empresas, como a formação de joint ventures (associações) e instalação de centros de pesquisa e desenvolvimento”, observou Tigre no encerramento do encontro.
O diretor-geral da China Investment and Promotion Agency (CIPA), Liu Zuo Zhang, e o presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Maurício Borges, firmaram, ao final do Encontro Empresarial Brasil-China, memorando de entendimento estabelecendo maior cooperação entre as duas entidades.
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