Após um período de retração, as exportações brasileiras de rochas ornamentais voltaram, em 2019, a atingir a emblemática marca de US$ 1 bilhão no faturamento, resultado 2,06% maior do que em 2018. Ainda que tímido, o saldo positivo evidencia uma mudança de curso e possível recuperação do setor nos próximos anos. O impulso veio, principalmente, pelo crescimento da participação do Espírito Santo no cenário internacional. De 79,9% em 2018, passou para 81,8% em 2019, evidenciando o protagonismo do Estado neste segmento econômico.

As exportações capixabas registraram um aumento de 4,43% no faturamento, o equivalente a quase US$ 828 milhões. O Espírito Santo conta com o maior arranjo produtivo de rochas brasileiro. São cerca de 1.600 empresas no Estado que geram mais de 25 mil empregos diretos e 100 mil indiretos e está presente nos 78 municípios.

Os principais destinos das rochas brasileiras em 2019 foram Estados Unidos, China, Itália, México e Reino Unido. No ano passado, o Brasil enviou suas pedras naturais para 125 países; destes, o Espírito Santo exportou para 106. O arranjo capixaba em toda sua cadeia, como a extração, beneficiamento, comércio interno e externo, produção de máquinas, equipamentos e insumos, serviços, etc., corresponde a aproximadamente 10% do PIB Estadual.

Para o presidente do Sindirochas, Tales Machado, os números são animadores, mas é preciso mais. “Estamos bastante otimistas com a recuperação do setor, mas esta tênue melhora ainda não foi sentida por todos os empresários, o que é comum em processos iniciais de retomada de qualquer atividade econômica”, expõe e explica que os dados divulgados revelam o comportamento das exportações, não refletindo o mercado interno. “Apesar de não possuirmos números oficiais, também temos acompanhado uma recuperação a reboque da evolução dos números positivos da construção civil durante o ano passado, ainda que abaixo da previsão inicial. A redução dos juros, o controle da inflação e o otimismo em relação a economia também contribuíram para um aumento no consumo das rochas ornamentais”, afirma.

O presidente do Centrorochas, Frederico Robison, lembra a tradição brasileira no setor e reforça a importância da logística para o desenvolvimento da atividade econômica. “A riqueza geológica do Brasil encanta consumidores do mundo todo e os números positivos de 2019 reforçam essa grande aceitação do mercado externo. Nós competimos no mercado internacional e convivemos com margens estreitas, por isso a logística é extremamente importante. Desde que são extraídos, nossos produtos percorrem um caminho de desafios até chegar ao cliente final. Além da constante busca pela melhoria logística, o setor de rochas ornamentais precisa, continuar se desenvolvendo para cravar a sua marca em novos mercados estrangeiros para atingirmos um crescimento mais sustentável. O Brasil precisa mostrar o que produz com excelência. As rochas ornamentais brasileiras são muito mais que pedras: nós oferecemos diversidade, qualidade e acabamentos refinados”, conclui.

Parceria busca fortalecimento do setor de rochas brasileiro

Líder nacional nas exportações brasileiras com quase 82%, o Espírito Santo envia mármores, granitos e outras rochas naturais para os cinco continentes. Completam a segunda e terceira posição Minas Gerais e Ceará, com 11,3% e 2,2%, respectivamente. Juntos, os três estados respondem por 95,3% de toda a exportação de rochas ornamentais do País.

Em dezembro do passado, as entidades representantes do setor nesses três estados firmaram uma parceria para trabalharem em sinergia para o desenvolvimento de ações propositivas para o setor de rochas. O acordo representa um protocolo de intenções criando uma agenda positiva para ser executada ao longo deste ano, com suporte técnico de quatro instituições: Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais), Simagran-CE (Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará), Sindirochas-ES (Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo) e Sinrochas-MG (Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Beneficiamento de Mármores, Granitos e Rochas Ornamentais no Estado de Minas Gerais). A parceria nasce alinhada com o que o setor tem acompanhado de mais moderno no mundo onde grandes instituições e corporações se unem para obterem melhores resultados em suas áreas de atuação.

Segundo Balbino Figueiredo, presidente do Sinrochas-MG, o acordo irá proporcionar uma potencialização das sinergias já existentes nas quatro entidades e aproximará ainda mais o empresariado dos debates e projetos importantes para o crescimento do setor como um todo. “Não existe caminho melhor do que o trabalho em parceria em prol de um objetivo comum. Nossa proposta é deixar o setor ainda mais sólido, unido e consistente para batalhar pela representatividade de todo arranjo”, afirma.

O presidente do Simagran-CE, Carlos Rubens, chama atenção para o ponto de convergência entre as entidades parceiras. “Há muitos pontos em comum na agenda institucional das quatro entidades e são muitas as oportunidades conjuntas a serem exploradas, que deverão gerar ganhos para toda cadeia produtiva de rochas. Defendo ainda que o setor no Brasil está sem rumo. É o momento de ser construída uma agenda do segmento envolvendo planejamento, mapa estratégico e um plano de ação”, completa.

Dados Setor de Rochas Ornamentais

Faturamento 2018 X 2019 (US$):

Brasil: 991.619.708 X 1.012.067.398 (alta de 2,06%)

Espírito Santo: 792.561.979 X 827.710.904 (alta de 4,43%)

Principais estados exportadores (%):

Espírito Santo: 82,7

Minas Gerais: 11,4

Ceará: 1,4

Rio Grande do Norte: 1,3

Paraíba: 0,8

Principais municípios exportadores (%):

Serra – ES: 25,3

Cachoeiro de Itapemirim – ES: 19,5

Barra de São Francisco – ES: 13,0

São Domingos do Norte – ES: 4,3

Castelo – ES: 3,2

Fonte: Assessoria de Imprensa