Por José Mendo Mizael de Souza*
mendodesouza@jmendo.com.br

Como bem sabemos, é da essência da Mineração vislumbrar seu negócio a médio e a longo prazos. E, também, ter sempre presente que momentos de crise, como o que estamos vivendo, com maior ou menor intensidade, nacional e internacionalmente, são, também, aqueles nos quais devemos estar bastante atentos, para identificar negócios com excelente potencial, para imediata produção e/ou possibilidades de melhoria, entre outras.

Um excelente exemplo da aplicação de tais conceitos está refletido em matéria do The Wall Street Journal Americas, publicada no Jornal Valor, intitulada “Com cofre reforçado por cortes de custos, BHP pode voltar às compras”.

Nela, o diretor-presidente da BHP Billiton Ltd., Andrew Mackenzie, diz que “a maior mineradora do mundo por valor de mercado está de volta às compras”: “Estamos procurando muito em áreas onde podemos adquirir ativos que se enquadrem bem dentro do nosso portfólio e que aumentem a escala da empresa sem ampliar sua complexidade”.

Mesmo com esta sua visão, a BHP, segundo seu diretor presidente, enfatiza que “o plano A para a BHP continua sendo reduzir custos e elevar a produtividade, em parte cortando um número ainda não definido de empregos, especialmente em posições administrativas”. E completa: “Nesse ponto do ciclo [das commodities], uma empresa como a nossa – que está fazendo um bom trabalho em relação à produtividade, que tem uma política de dividendos muito adequada e a flexibilidade financeira que a acompanha – pode muito bem se beneficiar de outras empresas que não estão tão bem posicionadas como a nossa. E certamente não vamos querer perder esses benefícios”.

“Nós vislumbramos uma empresa composta de um pequeno número – certamente menos de dez – grandes ativos concentrados em cobre, petróleo, minério de ferro e carvão”, disse. E “demonstrou estar confiante de que sua estratégia pode ajudar a BHP a crescer, mesmo se a crise no setor de commodities durar mais do que o previsto. ‘Sinto que tenho o total apoio do conselho sobre a forma como estamos vendo a empresa hoje’, disse. ‘Nossa estratégia é elaborada para ser bem-sucedida mesmo se os preços da commodities não melhorarem”.

Assim como a BHP, todos os grandes players têm revisto, permanentemente, suas estratégias e táticas e “criado musculatura” para crescer mais no futuro. Nossa líder, a Vale, tem se empenhado, diuturnamente, na melhoria contínua de sua produtividade, permitindo-nos antever, para a mesma, novos sucessos em futuro próximo, especialmente com a entrada em operação do S11D. Em que pesem todas as dificuldades por nós hoje vivenciadas, parafraseando Leo Valiani, onde há liberdade, há esperança. E eu acrescento: vamos concretizá-la!!

Fonte: Revista Minérios & Minerales