O produtor sueca de fertilizantes fosfatados EasyMining está testando a extração de nitrogênio de águas residuais em uma planta piloto recém-inaugurada em Högbytorp. A unidade fica na operação de gerenciamento de resíduos da Ragn-Sells, controladora da Easy Mining, nos arredores de Estocolmo. De acordo com a declaração da chefe de marketing da EasyMining, Anna Lundbom, os atuais processos biológicos de tratamento de efluentes levam a emissões de nitrogênio na atmosfera, que são capturadas para produzir fertilizantes nitrogenados.
“Queremos recuperar o nitrogênio e reutilizá-lo. Portanto, estamos capturando a forma amoniacal do nitrogênio e produzindo fertilizantes nitrogenados com ela”, disse Anna Lundbom. A planta piloto foi criada como parte do projeto Life Re-Fertilize lançado em 2019. Seus membros são EasyMining, Biofos e a cooperativa agrícola sueca Lantmännen. A tecnologia para extrair a forma amoniacal de nitrogênio das águas residuais foi desenvolvida e patenteada pela EasyMining.
A tecnologia permite a remoção e recuperação eficiente de amônia de fluxos aquosos. O nitrogênio é capturado por um produto químico de adsorção e separado das águas residuais. Como segunda etapa, a amônia capturada é tratada em uma planta de conversão em fertilizante e o produto químico de adsorção é regenerado para ser usado novamente. O processo da EasyMining ajuda a reduzir as emissões de CO 2 e do gás de efeito estufa N2O e evita a eutrofização ao diminuir a carga de nitrogênio e, assim, melhorar a qualidade do efluente.
O método cria um fluxo circular com produtos de amônia limpos feitos com o nitrogênio removido das águas residuais. Isso acontece por meio de várias reações químicas sucessivas realizadas a temperatura elevada, mas à pressão atmosférica. Segundo a empresa, não há necessidade de vasos pressurizados ou materiais especiais para serem usados no equipamento. O balanço de massa do processo é favorável, uma vez que a maioria dos insumos químicos se torna parte do produto.
Essa inovação também serve de alerta às mineradoras e seus depósitos de fosfato, e os países que detem esse recurso mineral – que precisam ser explorados de forma sustentável e competitiva antes que sucedâneos mais abundantes e “baratos” ingressem ao mercado. Toda vez que um mineral é valorizado por fatores imprevisíveis—como a pressão sobre o fornecimento de fosfato e potássio provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia—abre-se uma janela de oportunidade para produtos concorrentes.



