Projetos, implementados na mina de Brucutu, resultam em melhorias nas operações de reboque e aprimoram conjunto de freios dos caminhões da Vale

O trabalho “Dispositivo rebocador caminhão Caterpillar 793 e estudo de performance dos conjuntos de freio na mina de Brucutu” é um dos vencedores do 170 Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira da revista Minérios & Minerales. Dos autores Frances Bruzzi, Fábio Oliveira, Ana Araújo, Breno Gomes, Everlan Cangussu, Geraldo Leonardo, Guilherme Araujo, Guilherme Gandara, Mairon Cesar, Mário Silveira, Nivaldo Soares, Ronan Duarte, Sebastião Ribeiro, Solano Gava, Victor Fernandes e Winter Alvarenga, o projeto inclui o desenvolvimento de um dispositivo de reboque para caminhões e a diminuição do número de falhas prematuras no sistema de freio da frota de caminhões fora-de-estrada Caterpillar 793 na mina de Brucutu da Vale, localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG).

Em casos onde ocorre a falha de algum componente propulsor do trem de força do caminhão fora de estrada em área de lavra é necessário rebocá-lo para a oficina, para que a intervenção possa ser feita de maneira segura e em respeito ao meio ambiente. Em algumas unidades da Vale destina-se “um caminhão fora de estrada exclusivamente para essa atividade”, onde sua báscula é retirada e instalado um implemento de guincho hidráulico (custo de implantação muito elevado).

Em resposta à necessidade evidente em transportar o caminhão de forma segura até a oficina, foi projetado um dispositivo de fácil instalação para que qualquer caminhão Caterpillar 793 em operação possa rebocar o caminhão danificado. O dispositivo possibilita uma ligação rígida com capacidade de reboque, direção e frenagem, removendo assim o potencial de colisão entre os dois veículos.

O baixo desempenho do sistema de freio da frota de caminhões fora-de-estrada Caterpillar 793 na mina de Brucutu, impactava diretamente a disponibilidade física da frota e consequentemente a massa movimentada da mina.

Baseados nos dados do perfil de perdas e telemetria dos equipamentos, foi realizado o estudo de performance dos conjuntos de freio na mina de Brucutu afim de minimizar o número de falhas prematuras, garantindo uma maior confiabilidade do equipamento.

Meta geral do projeto foi reduzir o número de horas de manutenção corretiva do sistema de freio da frota de transporte grande porte em 63%.

O aquecimento demasiado dos freios por períodos prolongados resulta em efeitos indesejados tais como: perda de propriedade do óleo lubrificante; desgaste prematuro dos discos e placas causado por quebra do filme do lubrificante; desprendimento de material da superfície de contato dos discos; deformação nas vedações; vazamento interno entre os sistemas; desgaste nos rolamentos; travamento da báscula devido à contaminação no circuito de acionamento; falhas em bombas hidráulicas e travamento da válvula de liberação de freio.

A condição atual dos conjuntos de freio necessitou de intervenções para reforma, num valor médio de R$69.000 e tempo médio para substituição na oficina de 50 horas.

Os ganhos pretendidos com o projeto são: melhoria dos processos internos; redução na quantidade de horas de manutenção corretiva no sistema de freio; redução do número de alarmes por temperatura dos freios; redução do número de falhas no circuito hidráulico devido a contaminação proveniente do desgaste dos discos e placas dos freios; padronização na operação do ativo e maior confiabilidade do ativo.

É possível observar uma mudança de patamar consistente após a conclusão das principais ações, ressaltando a importância do projeto. Os ganhos do projeto foi uma redução média mensal de 167,2 horas de manutenções corretivas e elevação do indicador de disponibilidade física em 1,81%. Multiplicando o acréscimo de horas ofertadas pela movimentação horária do caminhão Caterpillar 793, obtém-se um ganho potencial mensal de 97644,8 t de material transportadas a mais.

Conheça os coordenadoresdo projeto

Frances Bruzzi – Técnico em Eletrônica e Instrumentação, Faculdade Kennedy. Técnico em Mecânica, SENAI-JM e graduando Engenharia Elétrica. Atua na Vale há 13 anos, atualmente como Técnico Especialista em Manutenção focado em análise de fratura e falha em Equipamentos. Certificado em Análise de Fratura em Componentes pela Associação Brasileira de Metalurgia e formado em 6 Sigmas como Green Belt e Yellow Belt.

Fábio Oliveira – técnico em mecânica pela FIDE – Itabira MG, graduando Engenharia Elétrica. Atua na Vale há 10 anos, atualmente como Técnico Mecânico II na Gerencia de Manutenção de Equipamentos de Mina, supervisão de caminhões Caterpillar 793C e D focado em analise de frota.

Leia a íntegra do trabalho “Dispositivo rebocador e estudo de performance dos conjuntos de freio”.

Fonte: Revista Minérios & Minerales