Projetos, implementados na mina de Brucutu, resultam em melhorias nas operações de reboque e aprimoram conjunto de freios dos caminhões da Vale
Em casos onde ocorre a falha de algum componente propulsor do trem de força do caminhão fora de estrada em área de lavra é necessário rebocá-lo para a oficina, para que a intervenção possa ser feita de maneira segura e em respeito ao meio ambiente. Em algumas unidades da Vale destina-se “um caminhão fora de estrada exclusivamente para essa atividade”, onde sua báscula é retirada e instalado um implemento de guincho hidráulico (custo de implantação muito elevado).
Em resposta à necessidade evidente em transportar o caminhão de forma segura até a oficina, foi projetado um dispositivo de fácil instalação para que qualquer caminhão Caterpillar 793 em operação possa rebocar o caminhão danificado. O dispositivo possibilita uma ligação rígida com capacidade de reboque, direção e frenagem, removendo assim o potencial de colisão entre os dois veículos.
O baixo desempenho do sistema de freio da frota de caminhões fora-de-estrada Caterpillar 793 na mina de Brucutu, impactava diretamente a disponibilidade física da frota e consequentemente a massa movimentada da mina.
Baseados nos dados do perfil de perdas e telemetria dos equipamentos, foi realizado o estudo de performance dos conjuntos de freio na mina de Brucutu afim de minimizar o número de falhas prematuras, garantindo uma maior confiabilidade do equipamento.
Meta geral do projeto foi reduzir o número de horas de manutenção corretiva do sistema de freio da frota de transporte grande porte em 63%.
O aquecimento demasiado dos freios por períodos prolongados resulta em efeitos indesejados tais como: perda de propriedade do óleo lubrificante; desgaste prematuro dos discos e placas causado por quebra do filme do lubrificante; desprendimento de material da superfície de contato dos discos; deformação nas vedações; vazamento interno entre os sistemas; desgaste nos rolamentos; travamento da báscula devido à contaminação no circuito de acionamento; falhas em bombas hidráulicas e travamento da válvula de liberação de freio.
A condição atual dos conjuntos de freio necessitou de intervenções para reforma, num valor médio de R$69.000 e tempo médio para substituição na oficina de 50 horas.
Os ganhos pretendidos com o projeto são: melhoria dos processos internos; redução na quantidade de horas de manutenção corretiva no sistema de freio; redução do número de alarmes por temperatura dos freios; redução do número de falhas no circuito hidráulico devido a contaminação proveniente do desgaste dos discos e placas dos freios; padronização na operação do ativo e maior confiabilidade do ativo.
É possível observar uma mudança de patamar consistente após a conclusão das principais ações, ressaltando a importância do projeto. Os ganhos do projeto foi uma redução média mensal de 167,2 horas de manutenções corretivas e elevação do indicador de disponibilidade física em 1,81%. Multiplicando o acréscimo de horas ofertadas pela movimentação horária do caminhão Caterpillar 793, obtém-se um ganho potencial mensal de 97644,8 t de material transportadas a mais.
Conheça os coordenadoresdo projeto
Frances Bruzzi – Técnico em Eletrônica e Instrumentação, Faculdade Kennedy. Técnico em Mecânica, SENAI-JM e graduando Engenharia Elétrica. Atua na Vale há 13 anos, atualmente como Técnico Especialista em Manutenção focado em análise de fratura e falha em Equipamentos. Certificado em Análise de Fratura em Componentes pela Associação Brasileira de Metalurgia e formado em 6 Sigmas como Green Belt e Yellow Belt.
Fábio Oliveira – técnico em mecânica pela FIDE – Itabira MG, graduando Engenharia Elétrica. Atua na Vale há 10 anos, atualmente como Técnico Mecânico II na Gerencia de Manutenção de Equipamentos de Mina, supervisão de caminhões Caterpillar 793C e D focado em analise de frota.
Leia a íntegra do trabalho “Dispositivo rebocador e estudo de performance dos conjuntos de freio”.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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