Desde janeiro, cerca de 700 pessoas estão trabalhando no canteiro de obras do Projeto Aripuanã, da Nexa, no município de de mesmo nome em Mato Grosso. A expectativa da mineradora é terminar a terraplanagem até novembro deste ano para depois começar as fundações. A fase de construção deve ser finalizada até o início de 2021.
Quando estiver em operação, o beneficiamento previsto do projeto é de 2,3 milhões de t de minério bruto por ano, representando uma produção média anual 66,7 mil t de zinco, 23 mil t de chumbo e 3,7 mil t de cobre, com a vida útil estimada em 13 anos, considerando apenas as reservas minerais provadas e prováveis estimadas em 26,2 milhões de t. Os teores das reservas minerais são: 3,7% Zn, 1,4% Pb e 0,2% Cu.
O projeto Aripuanã considera a construção de uma planta de beneficiamento projetada para tratar 6,3 mil t/dia de minério stratabound (ou cerca de 5,2 mil t/dia de minério stringer), envolvendo as seguintes operações unitárias: britagem primária, silo de estocagem de minério britado, moagem SAG e de bolas com rebritagem tipo pebbles, flotação sequencial de talco, cobre, chumbo e zinco, espessamento e filtragem de concentrados e rejeitos.
A Licença de Operação está prevista para o terceiro trimestre de 2020, com o funcionamento efetivo da planta no ano seguinte.

O investimento total estimado no projeto é de US$ 392 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão). Os investimentos realizados até a presente data totalizam US$ 33 milhões e, até o final de 2019, deverão chegar a US$ 140 milhões.
De acordo com a Nexa, o projeto vai gerar 1.600 empregos na fase de construção, que deve ser finalizada até o início de 2021, e 750 na operação, além do crescimento de 3 a 4 vezes na geração de empregos indiretos.
São três minas subterrâneas: Arex, Link e Ambrex, cada uma com seu emboque e rampa principal, com profundidade máxima de 650 m.
O minério será transportado por caminhões das minas para o pátio de minério lavrado (ROM) junto à britagem primária.
O carregamento do britador primário será realizado por pá carregadeira a partir do pá tio de R OM.
A Nexa afirma que atua há mais de cinco anos na criação de alternativas ao uso de barragens tradicionais. O projeto Aripuanã considera a recirculação de 100% da água utilizada no processo produtivo, seja no overflow dos espessadores e filtros dedicados a cada processo (gerando assim economia de reagentes), seja após tratamento passivo em wetlands construídos, estado da arte das tecnologias de tratamento de águas sob a ótica ambiental e de sustentabilidade, segundo a empresa.
A tecnologia considera tratamento passivo, baseado em processos naturais de depuração e não mecanizados, nos quais não há consumo de energia, geração de ruídos ou emissão de gases.
Os resíduos sólidos obtidos nos filtros de rejeito serão transferidos para empilhamento a seco sobre base de pilha impermeabilizada em aterro controlado e compactado, e/ou transferidos para a planta de pastefill e daí para o interior das minas no preenchimento dos stopes (vazios) gerados na lavra subterrânea.
Logística
Na questão de logística do produto ao mercado, no caso de concentrado de zinco a granel, o transporte será rodoviário para a unidade da Nexa em Três Marias (MG). Os concentrados de cobre, chumbo e zinco acondicionados em bags serão transportados por rodovia até o Terminal de Rondonópolis (MT) e, depois, despachados via ferrovia para a unidade industrial da Nexa em Juiz de Fora (MG) ou para o porto de Santos (SP) se de stinados à exportação.
De acordo com o divulgado pela Nexa, quando o projeto recebeu Licença de Instalação, no final do ano passado, o Aripuanã vai contribuir para o plano de longo prazo da empresa de aumentar a produção de minas próprias e reduzir as necessidades de suprimento de concentrado de zinco de terceiros.
A algumas semanas atrás, a Nexa oficializou o desenvolvimento do projeto nas comunidades onde está inserido, e informou que um programa de qualificação profissional estava em andamento com cursos em diversas áreas. Segundo a mineradora, ela pretende valorizar a mão de obra feminina e tem como meta 50% de profissionais femininas na futura operação do Projeto Aripuanã. Também garantiu a contratação de serviços e insumos locais.
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