Maracá ganha 18% de capacidade de produção após aplicar metodologia que aprimorou manutenção industrial

Após implementar uma série de metodologias visando a aumentar a produtividade da equipe que executa a manutenção das áreas industriais no complexo de Chapada, a empresa canadense Lundin Mining comemora ganho final de 18% no processo – com produtividade de 52%. O projeto visou estabelecer um modelo de medição que mostre com precisão as improdutividades da equipe de execução de manutenção, além da implementação de ações eficazes para chegar aos 55% de produtividade (aumento total de 20%). Apesar de o objetivo não ter sido atingido, os engenheiros que analisaram o processo avaliam que houve um ganho significativo para a empresa, além do conhecimento adquirido que será utilizado para sequência do trabalho em 2022 – ano durante o qual a metodologia será implementada nas demais áreas e também nas oficinas. Um dos KPI’s que refletiu este ganho foi o backlog da equipe, que saiu de um patamar de 55 para 32. No entanto, antes de reiniciar o processo neste ano, os responsáveis irão avaliar as ações realizadas e validar quais já poderão ser aplicadas nas demais equipes que operam a planta para, então, desdobrar o projeto para as demais áreas e oficinas da manutenção. Isso porque os modelos de medição utilizados se mostraram muito trabalhosos e com margens de erro, principalmente pelo baixo número de amostragem. De acordo com a conclusão dos responsáveis, será necessário investir em tecnologias mais modernas para este trabalho. Além disso, o grupo planeja desenvolver e aplicar tecnologia de manutenção 4.0 para o processo de medição de produtividade, trabalho para o qual contará com uma empresa que oferece uma tecnologia de rastreamento e soma o tempo das pessoas em pontos predefinidos.

METODOLOGIAS
Nesta primeira aplicação do projeto, foram utilizadas três metodologias. A primeira foi a medição de produtividade, realizada em março de 2021. Foi aplicada uma ficha de apontamento junto aos próprios mecânicos da empresa, cujos dados foram definidos aproveitando os itens que constam nos campos das OM’s (Ordens de Manutenção). Durante duas semanas, foram abordados 296 OM´s – 40% do mês. O valor obtido foi de 72,2%, o que a empresa considerou não representar a realidade da unidade. Para a aplicação desta ferramenta, seria preciso um sistema informatizado melhor estruturado e melhor nível de conscientização e habilidade da equipe de execução. Uma segunda medição foi realizada no mês seguinte, utilizando a metodologia ‘Tempo e movimento – sombra’. Foram separadas algumas atividades específicas da programação semanal para serem acompanhadas por duas semanas, abordando seis atividades. Os números da metodologia aplicada em abril mostraram uma melhor apuração dos detalhes das perdas, bem como dos tempos de cada passo da atividade: 35%. A terceira metodologia aplicada foi a ‘Work sampling (amostra de trabalho)’, que considera coleta de dados através de amostragens, com rotas, observados e observadores predefinidos e identificados. Os observadores realizam as rotas, pontuando o número de pessoas presentes em cada ponto identificado, como: posto de trabalho, almoxarifado, ferramentaria, baias, etc. Apresentada à equipe em junho, a metodologia foi avaliada e desenvolvida em junho. No mês seguinte, houve a primeira medição. E mesmo após ter implementado algumas ações do plano, apresentou um número mais baixo de produtividade: 29%. Esta medição foi aplicada no decorrer de uma semana, por oito observadores, por cerca de uma hora dia cada, gerando mais de quarenta amostragens, e gerou números mais confiáveis e se mostrou mais eficiente para a realidade da planta industrial. Ao fim do processo, os engenheiros que avaliaram o trabalho concluíram que a metodologia “Amostra de Trabalho” foi a que gerou números mais confiáveis para a sequência e que será a adotada até o fim das atividades.

AUTORES: Lucas Paes, gerente de manutenção; Gilmar Firmino,
coordenador de PCM; Rafael Graciano, técnico planejamento;
Welton Santana, técnico planejamento; Sidercley Amaral, técnico
planejamento, e Wergili Araujo, supervisor manutenção