O Grupo Votorantim fechou dia 20 de novembro, como antecipou o Estado, a compra da produtora norte-americana de zinco U.S. Zinc, controlada pela Aleris International. O Votorantim pagou US$ 295 milhões pela empresa, que conta com cinco unidades de reciclagem de zinco nos Estados Unidos e uma sexta na China. A aquisição leva o grupo da sexta para a terceira posição no ranking mundial de maiores produtores de zinco. Agora, o Votorantim só está atrás da americana NY Star e da Korea Zinc, da Coréia do Sul. O zinco é muito usado na galvanização do aço e do ferro – para proteger os metais contra a corrosão – e na indústria de cerâmica e de tinta. O negócio fechado ontem marca ainda a entrada da Votorantim nos mercados norte-americano e chinês. Nos Estados Unidos, a U.S. Zinc tem 12% do mercado, que chega a 1,2 milhão de toneladas de zinco por ano. Na China, a construção de uma nova unidade – que deverá iniciar a produção no começo de 2008 -, dará à companhia acesso ao maior mercado de zinco do mundo, onde o consumo chega a 3,5 milhões de toneladas por ano. A capacidade da unidade será de 48 mil de toneladas por ano. A compra da U.S. Zinc eleva a produção de zinco da Votorantim de 430 mil toneladas – incluindo as unidades do Brasil e do Peru – para 540 mil toneladas por ano. Com a usina da China, a Votorantim alcançará cerca de 590 mil toneladas em 2008. Um plano de expansão da unidade do Peru pode dar ao grupo uma capacidade superior a 800 mil toneladas até 2010. João Bosco Silva, diretor-superintendente da Votorantim Metais (VM) – divisão do Grupo Votorantim que reúne ativos industriais para a produção de aço, níquel, alumínio e zinco -, disse que a empresa planeja expandir a produção de zinco, mas isso não implica “necessariamente” em buscar a liderança do mercado mundial. Segundo o executivo, que falou com jornalistas diretamente de Bogotá, na Colômbia, por teleconferência, a decisão do conselho de administração da Votorantim em aprovar investimentos na Votorantim Metais não tem como meta o “crescimento pelo crescimento”. “A idéia é crescer, mas, antes de tudo, buscar ativos de qualidade que assegurem boa rentabilidade. Vocês vêem apenas os negócios que são fechados, dão certo. Mas ao longo deste ano avaliamos várias oportunidades e algumas foram descartadas”, disse. Plano de investimentos Silva é o principal timoneiro de um plano de negócios que prevê investimentos de R$ 11 bilhões nos próximos cinco anos – sendo R$ 9 bilhões na Votorantim Metais e R$ 2 bilhões na Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). O executivo explicou que os investimentos na Votorantim Metais não são distribuídos de forma a equilibrar o peso de zinco, níquel e aço. Com a compra da U.S. Zinc, a produção de zinco ganhará ainda mais importância dentro da empresa. Atualmente, 54% das receitas da Votorantim Metais são obtidas no mercado de zinco. O restante é dividido entre níquel, com 28%, e aço, 18%. De acordo com o executivo, os investimentos em zinco devem continuar nos próximos anos. Ao contrário dos principais concorrentes, a Votorantim Metais é a única a ter mina própria para sustentar as usinas de zinco. “Hoje, 50% da demanda do metal é fornecida por jazidas próprias. Em três anos, o plano é conseguir atender com as reservas da Votorantim 70% da demanda do metal”, disse Silva. “Quando a enchente vier, seremos os únicos com a cabeça fora da água”, brincou o executivo, referindo-se às oscilações no preço do metal. Por enquanto, há boas perspectivas para o mercado de zinco em 2008, mas Silva avalia que operações integradas (com mina e usina) terão chances maiores de cruzar eventuais crises.
Fonte: Padrão
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