Segunda maior produtora de nióbio do mundo e uma das maiores fornecedoras de fertilizantes fosfatados do Brasil, a CMOC desenvolveu um projeto para transformar rejeitos de barragens em fertilizantes organominerais, por meio da biotecnologia . Com investimento de R$ 2,3 milhões, o projeto foi concluído neste mês e a previsão é que, até o fim do ano, alcance R$ 24 milhões de receita adicional à companhia. A venda do novo adubo, criado em parceria com o Grupo IFB, começou este mês.
Além do sucesso em termos financeiros, as equipes envolvidas comemoram o fato do projeto se adequar às metas ESG da própria empresa, às metas do setor de mineração e do Governo Federal. Os rejeitos são oriundos da barragem na Mina de Fosfatos Ouvidor, em Goiás.
“Este fertilizante organomineral vem sendo citado como tendência tanto no Plano setorial, para adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono agropecuário, como também no Plano Nacional de Fertilizantes. Estes documentos são guias para fomentar a redução de emissão de gases do efeito estufa na agropecuária e amenizar a dependência brasileira de fertilizantes importados. Em abril, passamos a transformar rejeitos produtos para atender à demanda do mercado nacional de fertilizantes”, afirmou Thiago Drumond, Gerente Comercial de Fosfato da CMOC Brasil.
De acordo com comunicado da empresa, os rejeitos depositados na barragem na Mina de Fosfatos Ouvidor detêm, em sua maioria, materiais ferrosos magnéticos ou lamas com baixo e médio teores de fosfato (P2O5). A utilização destes rejeitos não é tecnicamente adequada via o tradicional beneficiamento químico para produção de Superfosfato. Ainda conforme informações repassadas pela companhia, este cenário se mostrou possível com a parceria firmada com o Grupo IFB. O trabalho de pesquisa conjunta foi iniciado em 2020 e demonstrou resultados no processamento biológico dos rejeitos da Mina de Fosfato com uso de fungos e bactérias desenvolvidos para quebrar as cadeias do fósforo e liberar o P2O5 para absorção e nutrição das plantas.
O produto criado com reaproveitamento de rejeitos se enquadra na classe de matérias primas para fertilizantes organominerais. Produzidos com fontes minerais de fósforo e rejeitos orgânicos – advindos de fazendas de criação de gado (esterco), granjas (casca de ovos e esterco) e cana de açúcar (bagaço) – o fertilizante organofosfatado produzido pelo grupo IFB é considerado uma alternativa complementar ao uso de fertilizantes químicos.
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