Uma empresa chinesa está interessada em comprar o minério de ferro cearense. Segundo a Adece, já existe um contrato detalhando este interesse. O embaixador da China no Brasil acertou ontem envio de representantes de banco chinês de desenvolvimento para estudar possibilidades de financiamento a obras no Ceará.
A chinesa Xangai Sfeco já tem um contrato com a mineradora Globest para aquisição de minério de ferro no Ceará, proveniente dos municípios de Sobral, Quiterianópolis e Barroquinha. A informação é do presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Antonio Balhmann. Ele esteve ontem com o embaixador da República Popular da China no Brasil, Chen Duquing.
Representantes daquela empresa e de outros grupos chineses que estudam investimentos no Ceará também estavam no Estado e se encontraram com o embaixador na última terça-feira, 27. De acordo com Balhmann, trata-se de empresas que atuam nas áreas de construção de ferrovias e de projetos de portos. Esta foi a primeira visita oficial do embaixador Chen Duquing ao Ceará que reforçou que o ferro é uma área que desperta interesse da China, grande consumidor do insumo. "Por ano são construídos mil quilômetros de ferrovia (na China) e produzidos 500 milhões de toneladas de aço ", revelou Chen Duquing. A viabilidade da exploração do ferro no Ceará e o interesse chinês pelo insumo foram temas de matérias do O POVO.
A exemplo do que aconteceu em abril, uma nova missão do Governo do Estado irá à China em outubro próximo para visitar diversas indústrias, potenciais investidoras no Ceará. Antes disso, representantes de um banco chinês que financia projetos de desenvolvimento visitarão o Estado para conhecer suas potencialidades. A agenda foi acertada ontem à tarde, em encontro entre o presidente da Adece e o embaixador da República Popular da China no Brasil. Pela manhã, o diplomata participou de encontro com o governador Cid Gomes, além de Balhmann, com quem discutiu atrações de investimentos de interesses comuns entre o Ceará e a China.
"Estamos montando uma nova carteira de visitas, com uma agenda mais precisa e outro leque de possibilidades ", revela Balhmann. Segundo ele, as atividades industriais focadas em outubro estão relacionadas a energias renováveis, como a solar e a eólica, e produtos eletroeletrônicos, por conta da perspectiva de implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Balhmann ressalta a possibilidade de financiamento do banco chinês a projetos de infra-estrutura do Estado. "(O banco) É um tipo de BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) que inclusive já financiou obras no Brasil, com grande poder e recursos mais baratos do que os nacionais. Eles vêm para estudar a possibilidade de financiar grandes obras, como porto, aeroporto, rodovias, exploração de gás, etanol e outras ", detalha.
Balhmann afirma que as negociações entre o Ceará e a China estão cada vez mais próximas. "A China já foi o segundo País que mais exportou para o Ceará e todos os números daquele País com nosso Estado crescem muito rápido ", diz. Atualmente, a chinesa Yingli Solar investe na implantação de um parque de energia solar, no município de Tauá, avaliado em US$ 250 milhões e que irá produzir 50 megawatts de energia. "Conseguimos trazer o segundo maior parque de energia solar do mundo e estamos trabalhando a geração de energia eólica também ", destacou Cid Gomes no encontro com o embaixador.
Fonte: Padrão
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