De janeiro a agosto deste ano, o país importou US$ 964 milhões da região

A China é o país que mais importa minério da Amazônia Legal. De acordo com André Reis, coordenador do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram-Amazônia), de janeiro a agosto de 2008, este país importou 964 milhões de dólares da região, o que corresponde a 25% das exportações minerais da Amazônia. Os outros mercados consumidores são o Japão (15%) e a Alemanha (9%). Um dos atrativos do mercado mineral na região é a diversificação da indústria de base e de transformação, que reúne minérios e produtos como bauxita, cobre, ferro, ouro, manganês, níquel , alumina, alumínio, caulim e silício metálico.

“A verticalização da cadeia produtiva começou em 1985. Naquele momento, havia, de um lado, a demanda por alumínio por parte do Japão, principalmente. E do lado do Brasil, a oferta de energia, através de usina hidrelétrica de Tucuruí, além, logicamente, da abundância de minério no subsolo paraense, disponível para a transformação. Com isso, foi possível a produção de alumínio e silício metálico”, analisa o consultor do Ibram-Amazônia Alberto Rogério da Silva, que falará sobre “Potencialidades Minerais na Amazônia” na palestra que vai proferir no I Congresso Internacional de Mineração da Amazônia, que será promovido pelo Ibram – paralelamente à I Exposição Internacional de Mineração da Amazônia (Exposibram), em parceria com o governo do Estado e a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), no mês de novembro, em Belém.

Atualmente, estão em andamento no Pará projetos de extração de ouro, em Itaituba; ferro e manganês, em Parauapebas; ferro, em Floresta do Araguaia; bauxita, em Paragominas e Oriximiná; cobre, em Canaã dos Carajás; caulim, em Ipixuna do Pará; ferro-gusa, em Marabá; silício metálico, em Breu Branco; e alumina, alumínio e fio de cabos de alumínio, em Barcarena.

O aumento na receita do Produto Interno Bruto (PIB) é um dos benefícios da presença destes empreendimentos nestes municípios. Em 2007, o PIB do Pará foi de US$ 30 bilhões e a participação da indústria mineral representou 26,7%. “As indústrias de base e de transformação mineral proporcionam o crescimento e uma reoxigenação na economia destes municípios e do Estado”, destaca Rogério, ressaltando que até 2012 devem estar em funcionamento novos projetos minerais em Juruti (bauxita), Curionópolis (cobre), Tucumã (cobre), Ourilândia do Norte (níquel), São Félix do Xingu (cobre e níquel), Canaã do Carajás (ferro, níquel e cobre), Parauapebas (cobre) e Marabá (cobre).

“Temos um ambiente favorável para a mineração, que pode gerar novos produtos a partir de novas pesquisas. As regiões Sudeste do Pará e Tapajós têm potencial e estão sendo pesquisadas”, adianta Alberto Rogério.

Crescimento


A cadeia de fornecedores locais também se beneficia com os empreendimentos minerais. Segundo dados do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), da Fiepa, a indústria de base mineral efetivou compras no valor de US$ 790 milhões, no Pará, em 2007, representando um avanço de 25% em relação a 2006. Além dos benefícios econômicos para os municípios, estes empreendimentos impulsionaram, nos últimos anos, o mercado de trabalho na região. Estudos do Ibram apontam que, em 2007, a indústria da mineração – na maior parte do tempo – liderou o crescimento do emprego no Pará. Comparado a 2006, mostrou avanço médio de 30%. Atualmente, o setor emprega cerca de 60 mil pessoas em todo o Estado. Até 2012, esse número deve crescer em torno de 50%.