O relatório da Agência Internacional de Energia, com o título de “Perspectivas das Tecnologias de Energia”, cobrindo sete segmentos de energia limpa incluindo eólica na terra e offshore, solar, veículos elétricos, caminhões movidos a célula de combustível, bombas de calor e eletrolisadores, chega a essa conclusão cristalina.  Pode ocorrer diferenças sensíveis entre vendas e capacidade de produção: 900 caminhões acionados a célula de combustível foram vendidos em 2021, enquanto a capacidade dos fabricantes chega a 14 mil caminhões, segundo suas próprias informações. 

Conforme publicado no site elements.visualcapitalist.com, a China detém em média 65% da capacidade global de fabricação dos componentes necessários às tecnologias de energia limpa.  Para alguns deles, como os painéis solares, essa percentagem vai a 96%.

O relatório da IEA aponta os fatores a favor da China nessa indústria: baixos custos de fabricação; domínio sobre o processamento dos metais usados em energia limpa, em especial cobalto, lítio e terras raras; apoio político contínuo e investimento sustentado.

Usando os dados do estudo da BloombergNEF “rankings da cadeia de suprimento de lítio-ion”, este infográfico mostra capacidade de produção de bateria recarregável por país em 2022 e projeção para 2027, apontando o extenso domínio da China que entrou nessa corrida bem antes dos outros países. A rigor, a capacidade da indústria chinesa(77%) nesse produto é maior do que a soma de todos os outros juntos. No horizonte de 2027, a situação permanece praticamente inalterada, mesmo que os EUA multiplique por 10 sua capacidade, segundo fontes do mercado.  As montadoras GM e Ford, mais empresas asiáticas como Toyota, SK Innovation e LG Energy Solution—todas anunciaram investimentos novos nos EUA para baterias nos meses recentes.

A fabricação de baterias é parte importante da cadeia de fornecimento de veículos elétricos, mas as peças e metais usados no processo – lítio, eletrólitos, separadores, cátodos e ânodos também são produzidos majoritariamente na China. O custo para romper esse monopólio virtual é astronômico—segundo a a Bloomberg, EUA e Europa teriam que investir US$ 87 bilhões e US$102 bilhões, respectivamente, para ter capacidade doméstica total em baterias por volta de 2030.