Para 2014, Yamana Gold planeja injetar aproximadamente US$ 13,5 milhões no Brasil em pesquisa mineral

Na América Latina, o país está atrás de México, Peru e Chile

O Brasil é visto como um país que ainda recebe poucos investimentos em pesquisa mineral. De acordo com dados da consultoria Metals Economics Group, que estuda o setor de mineração, o país recebeu US$ 321 milhões, o que corresponde apenas 3% dos investimentos globais em pesquisa mineral em 2012. Com dimensões territoriais similares, Canadá e Austrália abocanharam 19% (US$ 2,033 bilhões) e 12% (US$ 1,284 bilhões), respectivamente. Mesmo nações cuja área é bem inferior à brasileira estão à frente, como México (US$ 642 milhões), Peru e Chile (US$ 535 milhões cada).

A Revista Minérios e Minerales procurou ouvir algumas empresas que atuam no setor para saber como e no que estão investindo. Samarco, Anglo-American, MMX, Jundu, Copelmi, CSN e Vale Fertilizantes não puderam participar.

Yamana Gold

No ano passado, a Yamana Gold investiu US$ 32 milhões em pesquisa mineral no Brasil e, para 2014, planeja injetar aproximadamente US$ 13,5 milhões, sendo 60% dos recursos para a expansão e reposição de reservas de suas minas, especialmente de Chapada, e outros 40% para a exploração greenfield (focada na identificação de depósitos minerais totalmente novos ou anteriormente não reconhecidos), buscando novas áreas no Brasil.

Os principais serviços contratados são sondagem e laboratório e, eventualmente, consultores para suporte técnico específicos em áreas como geoestatística, geologia, geoquímica, entre outras.

Atualmente, a equipe de pesquisa mineral conta 108 colaboradores no Brasil, sendo 31 geólogos. “A Yamana realiza diversos tipos de mapeamento, seja de campo (como o geológico, hidrotermal, estrutural, amostragens geoquímicas, etc.) ou remoto (geofísica, análise espectral, GIS, etc.), variando conforme a escala, que trabalhamos desde regionais até de detalhe como, por exemplo, mapeamento de galerias subterrâneas. Em relação à sondagem, só utilizamos a chamada sondagem diamantada”, diz Sergio Brandão Silva, diretor sênior de exploração da mineradora.

Ele cita três tecnologias que têm colaborado muito para a agilidade na pesquisa mineral atualmente: a sondagem direcionada, o GIS 3D e os aparelhos portáteis de análises como XRF e PIMA. “Estes últimos permitem resultados em tempo real e facilitam a interpretação do geólogo no campo. É importante mencionar que nenhuma tecnologia substitui a presença do geólogo em campo.”

Para Silva, apesar d Brasil estar muito atrás de outros países em investimento e atividades de pesquisa mineral, “temos acesso a praticamente todas as tecnologias existentes. Porém, algumas vezes é necessário contratar ou adquiri-las fora do país, por não haver internamente o mesmo pela falta de concorrência, o que faz com que os preços sejam bastante elevados”, afirma.

Sama

Em 2014, a mineradora deve investir cerca de R$1.000.000,00, um valor um pouco menor ao total de R$1.330.983,00 gasto em 2013. Segundo Edson Cezar de Souza, gerente de extração da Sama, todo investimento está sendo aplicado na atualização do modelo de bloco da mina e também nos alvos adjacentes as cavas da Mina Cana Brava, como alvos C e F.

Souza explica que foi feito um serviço de geotecnia para estabilidade do maciço rochoso no mapeamento da mina para construção e atualização da informação geológica – estrutural e também paralelo. A escala de mapeamento realizada nas Cavas é de detalhe, ou seja, 1:5000. A sondagem é do tipo diamantada, cujo diâmetro de trabalho é HQ (96,04 mm) e em médios os furos tem profundidade de 100,00 metros.

O trabalho da pesquisa mineral para a Sama conta com a parte técnica formada por um geólogo e um auxiliar de geologia. Já a parte operacional é terceirizada, sendo realizada por uma empresa especializada cuja equipe é composta por um técnico de segurança do trabalho, um sondador e três auxiliar de sondagem.

De acordo com o gerente de extração da mineradora, a Sama tem feito uso de tecnologias de pontas como o software Vulcan da Maptek. “Ao longo do ano, pretendemos adquirir o ArcGis e também algumas ferramentas de monitoramento de instabilidade do talude, softwares específicos para a parte de pesquisa mineral.”

Recentemente a empresa adquiriu as licenças dos seguintes programas Vulcan Minemodeller, Arcgis, Rockplane 2.0 e Swedge 5.0. Em relação aos softwares utilizados pelo planejamento, Souza explica que os mesmos possuem fins bastante diversos. O Vulcan, por exemplo, é um software de mineração entre outros no mercado, voltados para atender a área de Planejamento e Geologia.”No que tange a Geologia, o Vulcan possibilita trabalhar banco de dados, possui ferramentas que possibilitam realizar interpretações geológicas gerando modelos geológicos, estudos e modelamento geoestatísticos, entre outras ferramentas.”

Os demais softwares serão novas aquisições. “O Arcgis é um software que trabalha com Sistemas de Informações Geográficas e possibilita a produção, análise espacial, armazenamento, manipulação e processamento de dados geográficos e de mapeamento.

A Sama possui licenças com diferentes módulos/funções e fará a aquisição de uma nova com o objetivo de ganho de produção entre as equipes usuárias da ferramenta. “Quanto a planejamento, possuímos ferramentas que possibilitam projetar o desenvolvimento da mina em longo, curto e médio prazo, simulando cenários para o atingimento do maior lucro/benefício para a empresa, entre outras ferramentas como atualização topográfica, cálculos de distâncias de transporte.”

Usiminas

O diretor-executivo da Mineração Usiminas, Wilfred Bruijn, diz que a pesquisa da empresa está focada atualmente em melhor compreender as características físicas, químicas e metalúrgicas das suas reservas, visando a avaliar o melhor aproveitamento econômico para o médio e longo prazos.

“A pesquisa mineral efetuada entre 2008 e 2010 permitiu-nos o correto dimensionamento das reservas de minério friável da empresa e, com isso, ajudar a desenhar as melhores instalações de tratamento para este tipo de minério.
Evitamos, assim
, possíveis erros de engenharia e otimizamos o investimento a ser empreendido no projeto”, elucida.

Bruijn estima que a Usiminas deva sondar entre 10 a 15 mil metros entre 2014 e 2015. “As sondagens que fazemos são os mais completas possíveis, de tal sorte que podermos ter um mapeamento mais fiel à realidade e, desta forma, assegurar-nos de que a margem de erro na determinação de premissas para estudos de viabilidade de projetos de expansão sejam as menores possíveis.”