A anglo-australiana BHP Billiton se comprometeu em fazer uma recompra de ações inicial de US$ 30 bilhões se for bem sucedida nas negociações para adquirir a Rio Tinto, rival anglo-australiana que na semana passada rejeitou sua proposta, toda em ações, que resultaria na criação de uma gigante de US$ 380 bilhões. Marius Kloppers, executivo-chefe (CEO) da BHP, disse que gostaria de reunir todos os acionistas para persuadi-los sobre os méritos da oferta, mas não descartou a possibilidade de se tornar mais hostil para garantir uma combinação que a BHP tem avaliado nos últimos dois anos. O executivo deixou claro que a oferta foi baseada na conclusão da compra da fabricante canadense de alumínio Alcan pela Rio Tinto. A BHP divulgou nesta segunda-feira detalhes do seu plano de fusão, enquanto tenta convencer os acionistas da Rio Tinto sobre suas vantagens, apesar da rejeição unânime do conselho da rival à sua oferta inicial. “O grupo combinado teria flexibilidade financeira para proporcionar um retorno significativo de capital aos seus acionistas”, afirmou a BHP – embora Kloppers tenha insistido que a base lógica para a recompra de ações era otimizar a estrutura financeira e minimizar o custo de capital. Como conseqüência da fusão, a BHP espera gerar uma economia de custos de US$ 3,7 bilhões ao ano. Depois de três anos, ganhos na divisão de compras e em eficiência operacional representariam uma economia de US$ 1,7 bilhão ao ano. Após sete anos, a expansão dos volumes iria levar a um ganho de mercado de US$ 2 bilhões ao ano, acrescenta a companhia. Kloppers afirmou que o grupo não tem planos de vender a unidade de petróleo da BHP. Na semana passada, a Rio Tinto rejeitou a proposta de três ações por uma da BHP, ao considerá-la muito baixa, mas tem indicado que não está fechada para a idéia de um acordo se considerar o preço apropriado. De acordo com a BHP, sua proposta consiste em um prêmio de 28%. Após ter sua primeira aproximação rejeitada, a BHP afirmou que seria “apropriado tornar os acionistas de ambas cientes da proposta, para que então a direção possa buscar seu apoio para as discussões entre as duas companhias”. Os dois grupos extraem minério de ferro na região de Pilbara, no oeste da Austrália, carvão no estado de New South Wales, além de operar em parceria a mina de cobre Escondida, no Chile. A BHP afirmou que considera a fusão com a concorrente a “oportunidade de consolidação mais lógica e atraente para ambas”. Na bolsa de Sydney, as ações da Rio Tinto fecharam em alta de 6,74%, a 139,72 dólares australianos, enquanto a BHP recuou 1,81%, a 41,70 dólares australianos.
Fonte: Padrão