Controlador inteligente de correia reduz de forma sensível as paradas do transportador da Vale, em Carajás

A EMH, empresa com quase 30 anos de mercado, apresentou o projeto “Aumento de disponibilidade com redução de paradas e custos, em transportador de correia na Vale Carajás com implementação de sistema alinhador inteligente AITC” no VII Workshop de Redução de Custos na Mina e na Planta da revista Minérios & Minerales. O trabalho, proferido no evento por Anderson Rosa Pereira, coordenador de vendas da empresa, visou a solucionar o elevado número de paradas da Usina 1 da unidade da Vale em Carajás (PA).
 

No período do levantamento (1/10/2013 a 31/12/2013), o número de paradas na usina 1 somou 2.076, sendo 1.452 mecânicas, 359 preventivas e 265 elétricas. Dentro das paradas mecânicas, o transportador de correia liderou com 831 registros. Na sequência, apareceu a peneira vibratória com 367 problemas e os alimentadores com 147 intervenções.

Os problemas dos transportadores de correia pertencentes ao circuito singelo chegaram a 435 no período, de um total de 831 paradas. Neste cenário, o transportador de correia 12 (TC-12) somou 188 paradas, sendo o transportador com mais paradas mecânicas do circuito singelo. Com 97 ocorrências, o desalinhamento de correias foi o principal problema identificado no TC-12.

O TC-12, equipado com 15 chutes de carregamento, compreende o peneiramento secundário da unidade, possui capacidade nominal de 9.900 t/h e é um dos equipamentos mais importantes da planta, pois recebe cerca de 80% do material processado na usina 1. Sua correia, com comprimento total de 105,52 m, possui velocidade de 4,5 m/s.

O transportador TC-12 apresentava desalinhamento severo na seção de retorno, sendo que o ponto crítico era na entrada do sistema de tensionamento da correia. Como solução convencional, a empresa instalou vários roletes auto alinhantes em ângulos predefinidos; contudo a medida era ineficiente. Foi identificado um grande desalinhamento da correia no tambor de retorno e, consequentemente, no início da seção de carregamento.

A mineradora, em conjunto com os técnicos da EMH, optou pela instalação do Alinhador Inteligente para Transportador de Correia (AITC) da empresa, que utiliza sensores para identificar o desalinhamento da correia. Com precisão de 1 mm, os sensores, desenvolvidos para trabalho em ambiente agressivo, identificam o desalinhamento da correia e enviam um sinal para o painel de controle. O controlador, por sua vez, aciona, de forma ordenada, um atuador, que realiza o trabalho de alinhamento.

“Esse atuador nada mais é do que uma unidade hidráulica compacta, adaptada ao cilindro. Ele faz a movimentação angular de um rolete autoalinhante, posicionado estrategicamente no transportador. Isso fecha a malha, deixando o rolete autoalinhador inteligente”, afirma Pereira.

O atuador hidráulico compacto linear é robusto, tem alto grau de proteção e não necessita de reabastecimento de óleo, nem de ventilação forçada. É imune a sujeira, tem projeto compacto e sua integração é extremamente simples. O conjunto de válvulas e todo o sistema hidráulico foram reduzidos e enclausurados em uma adaptação direta com o cilindro atuador.

Segundo Anderson, o diferencial da solução é que os sensores identificam o início do desalinhamento, acionando o sistema alinhador. “Ele não espera a correia sair completamente do centro, para iniciar a sua correção”, afirma.

Anderson Rosa Pereira, coordenador de Vendas da EMH

Os resultados obtidos foram significativos como a redução das paradas por falha do equipamento; aumento da disponibilidade do transportador; redução de gastos com manutenção; aumento da vida útil das correias; redução de perdas de material e menores riscos para equipes de manutenção.

As paradas ocorridas nos três meses avaliados, antes da instalação do AITC, geraram 29 horas e 46 minutos de paradas não programadas. Com estas paradas na usina de beneficiamento 1, perdeu-se aproximadamente R$ 9 milhões em produção.

Ainda pode ser ressaltado um ganho de segurança significativo, uma vez que foi eliminada a exposição de colaboradores aos riscos de manutenção não programada no equipamento, visando a corrigir os problemas de desalinhamento.

Anderson destacou ainda a importância do workshop para a divulgação de novas tecnologias para o setor de mineração. “Acreditamos que o evento tem se tornado mais expressivo a cada ano, pois se trata de um encontro que oportuniza aos participantes o debate de ideias e soluções inovadoras, que visam principalmente a tão necessária redução dos custos produtivos. Os profissionais participantes do workshop encontram ali um espaço para o debate, benchmark, troca de ideias e busca por soluções. Nada mais oportuno nos dias de hoje”.

Fonte: Revista Minérios & Minerales