Um caso raro de relacionamento efetivo entre a indústria mineral e órgãos de meio ambiente

Com o “Projeto Ecobrita”, a Marbrasa foi uma das ganhadoras do 18° Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira da revista Minérios & Minerales. O trabalho, que tem como objetivo buscar alternativas técnicas para o reaproveitamento de rejeitos de lavra na mina de granito Preto São Gabriel, em Colatina (ES), foi desenvolvido por Marcos Paraizo, gerente de Mineração e Meio Ambiente, e Pollyana Cunha Pinheiro Pontes, analista ambiental, da Marbrasa Mármores e Granitos do Brasil.

Dentro do escopo do projeto, a equipe técnica estabeleceu as seguintes metas: diminuição de novas áreas impactadas e a busca de uma produção sustentável; reaproveitamento máximo dos recursos minerais; geração mínima de resíduos minerais; reaproveitamento do material (rejeito) na própria mina e aumento da vida útil dos depósitos de rejeitos.

O primeiro passo foi a caracterização da rocha para o seu possível aproveitamento como agregado. Foram feitos ensaios no laboratório do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Ouro Preto. Os resultados caracterizaram o granito Preto São Gabriel como uma rocha Ígnea, classificada petrograficamente como biotita norito, credenciando-o para diversas aplicações e usos na cadeia produtiva de agregados.

Sendo assim, a empresa instalou uma planta de britagem, com capacidade de produção mensal de 40.000,00 m³ de brita, sendo cerca de 20.000,00 m³ derivados de estéril proveniente da produção atual da mina Itagraúna, e outros 20.000,00 m³ proveniente de uma pilha de estéril existente na mina. Atualmente, a Marbrasa envia aproximadamente 20.000,00 m³ de estéril para alimentar o britador, devido à baixa demanda de brita no mercado.

A planta produz os seguintes produtos:

– Brita 0: ou pedrisco: granulometria variando de 4,8 mm a 9,5 mm.

– Brita 1: granulometria variando de 9,5 mm a 19 mm.

– Brita 2: granulometria variando de 19 mm a 25 mm.

– Brita 3: granulometria variando de 25 mm a 50 mm.

– Brita 4: granulometria variando de 50 mm a 76 mm.

– Bica corrida: mistura de tamanhos sem exigência de composição granulométrica,com dimensões variando de zero (0) a 50 mm.

– Pó de pedra: fração de finos de britagem, com dimensões variando de zero (0) a 5 mm, com alto teor de finos (máximo de 20%) passantes na malha 200 (0,074 mm).

– Rachão (pedra marroada)

O produto final do processo (brita) é disposto em pilhas de até 13 m de altura.

Ainda como parte deste projeto, as emissões de poeira que ocorrem nos britadores e peneiras vibratórias da unidade serão controladas com a utilização de um sistema constituído de pequenas tubulações dotadas de bicos de sprays. Segundo os técnicos do projeto, o equipamento cria uma nebulização de água sobre o material em estágio de processamento e as gotas d’água aderem àpoeira, realizando o abatimento a medida que escoam por gravidade. A água que atenderá este sistema será provida por uma bomba de recalque de 2 HP.

Na otimização da produção, as rochas que forem muito grandes, impossíveis de serem carregadas, serão reduzidas com o auxílio de ball, que é uma esfera de aço de peso elevado, cujo o bloco de rocha é lançado com o auxílio de retroescavadeira sobre a esfera, quebrando-o em pedaços menores e adequando-o ao emprego no britador primário. O rompedor hidráulico acoplado à escavadeira também poderá ser utilizado na diminuição dos matacos.

Conheça os autores do projeto

Marcos Paraizo, Gerente de Mineração e Meio Ambiente da Marbrasa Mármores do Brasil. Formado na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP em 1989, especialista em Rochas Ornamentais pela UFES em 1995. Atuou em empresa de consultoria mineral e ambiental de 1989 a 1993.

Pollyana Cunha Pinheiro Pontes, Analista ambiental da empresa Marbrasa Mármores e Granitos do Brasil. Pollyana Cunha Pinheiro Pontes, brasileira, casada, formada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário São Camilo; pós graduada em Educação Ambiental pela FASE – Faculdade da Serra; especializada em Agro-ecologia pelo IFES-Alegre.

Leia na íntegra o “Projeto Ecobrita”.

Fonte: Revista Minérios & Minerales