Agência Estado

Dos US$ 16 bilhões que serão investidos pela Anglo American no Brasil, até 2017, 60% ou US$ 9,6 bilhões deverão ser aportados em Minas Gerais. O anúncio foi feito ontem, após a diretora-presidente da mineradora anglo-sul-africana, Cynthia Carroll, e o empresário Eike Batista se reunirem com o governador Aécio Neves, no Palácio da Liberdade.

A Anglo American possui um projeto ousado para conquistar 10% do mercado mundial de minério de ferro, em 10 anos, com cerca de 150 milhões de toneladas. Dessas, 100 milhões de toneladas serão extraídas no país. Hoje, a mineradora possui cerca de 3% de participação no mercado e produz 31 milhões de toneladas, no projeto Kumba, na África do Sul. Na semana passada, a MMX Mineração e Metálicos S/A, do grupo EBX, controlado por Eike Batista, vendeu 51% das ações do sistema Minas-Rio para a Anglo American, que já detinha os 49% restantes. Na operação, foram negociadas as jazidas em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (região do Médio Espinhaço) e o mineroduto de 525 quilômetros que ligará as minas até o porto de Açu, que será erguido no município de São João da Barra, no litoral Norte do Rio de Janeiro. Conforme o projeto original, em 2009, quando entrará em operação, o complexo Minas-Rio terá capacidade para extrair cerca de 26,5 milhões de toneladas por ano, mas tudo leva a crer que a produção poderá ser ampliada. A construção de um novo mineroduto já está sendo estudada. Ativos – Além do sistema Minas-Rio, a Anglo American assumiu também os 70% da MMX Amapá, que eram controlados pela MMX. Os demais 30% continuam sob o domínio da Cleveland Cliffs Inc. Toda a operação movimentará cerca de US$ 5,5 bilhões. O contrato ainda prevê que a Anglo American deverá pagar royalties sobre a produção para a MMX. No Amapá, a cláusula entrará em vigor a partir de 2023. No Médio Espinhaço, a partir de 2025. O percentual não foi divulgado. Batista, que foi convidado por Cynthia Carroll para ser o presidente do Conselho da Newco, empresa que controlará a MMX Amapá e o sistema Minas-Rio, afirmou que os projetos de mineração mantidos pela MMX na Serra Azul, região Central do Estado,continuarão recebendo investimentos para o aumento da produção. O empresário também informou que pretende fazer novas aquisições no Estado.Além dos ativos na Serra Azul – AVG Mineração e Minerminas, recém-adquirida por US$ 125 milhões -, a MMX também possui em Minas Gerais ativos no Serro, que ainda estão em fase de licenciamento ambiental. Cynthia Carroll e o empresário Eike Batista se reuniram com Aécio Neves Ramal – Batista também informou que a MMX está em negociação com a Companhia Vale do Rio Doce (Vale), controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), para restaurar o ramal que vai do distrito de Miguel Burnier, em Ouro Preto, até Campos no Rio de Janeiro, com cerca de 650 quilômetros de extensão. O empreendimento foi avaliado em R$ 2,5 bilhões e será reativado para o transporte de minério de ferro, produto siderúrgico e carga geral. A estimativa é de que o projeto seja concluído em três anos.A FCA possui a concessão do trecho que está desativado. “Ainda estamos em negociação. Estamos decidindo quem vai realizar o investimento. Pode ser que a Vale reconstrua os trilhos e a MMX entre com as máquinas, mas isso tudo ainda será definido”, disse. Além desse trecho, a MMX também reativará o ramal de Campos até o porto do Açu, com 45 quilômetros de extensão.
Fonte: Padrão