A iniciativa faz parte de uma das maiores pesquisas arqueológicas já realizadas na América do Sul

A Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American resgatou mais de 40 sítios arqueológicos na região do município mineiro de Conceição do Mato Dentro,durante a fase de implantação do Sistema Minas-Rio. Durante este trabalho, mais de 200 mil vestígios arqueológicos foram resgatados.

A iniciativa faz parte do Programa de Arqueologia Preventiva e Valorização do Patrimônio Cultural da região de Conceição do Mato Dentro; que busca identificar, proteger e divulgar o patrimônio cultural de natureza arqueológica da referida área.

“Vamos além do atendimento aos requisitos legais e à política de sustentabilidade do grupo Anglo American e esse é um dos motivos pelos quais já realizamos um dos maiores investimentos privados em arqueologia e patrimônio cultural da história do Brasil. Otimizamos resultados e aplicamos as melhores práticas e técnicas para efetiva conversão do impacto ambiental do Minas-Rio em ganhos à memória nacional. Isso significa, por exemplo, retornar para a comunidade os saberes históricos do patrimônio arqueológico da região por meio da divulgação do conhecimento”, ressalta Aldo Souza, diretor de Saúde, Segurança e Desenvolvimento Sustentável da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American.

Alguns dos mais importantes objetos resgatados dos sítios estão expostos na Estação Ciência Anglo American – Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, em Conceição do Mato Dentro. O espaço, inaugurado em março de 2014, já recebeu mais de 4 mil visitantes e foi criado com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre a cultura e história da região. A gestão do local é feita em parceria com a Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), organização não governamental (ONG) com mais de 30 anos de atuação em Minas Gerais.

Os trabalhos de arqueologia preventiva feitos durante a implantação do Minas-Rio permitiram também a descoberta de dois sítios pré-históricos na área operacional do empreendimento: Lapa do Fogão e Abrigo da Usina. Os sítios reúnem referências às populações mais antigas do Brasil, povos que habitaram essa região há mais de 10 mil anos. Na Lapa do Fogão, foram encontrados muitos registros de produção de ferramentas líticas, seja por meio de lascamento ou polimento. O local foi utilizado como área de produção de instrumentos e abrigo ao longo de milênios. Já o Abrigo da Usina guarda vestígios rupestres, representações gráficas que podem ser utilizadas para interpretar o pensamento e a forma de agir dos povos que viveram naqueles tempos remotos.

Para disseminar o conhecimento e promover a valorização do patrimônio arqueológico e cultural, a Anglo American realiza várias ações de valorização da memória e educação patrimonial como oficinas do saber arqueológico junto a público infantil, treinamentos de multiplicação de conhecimento para capacitação de professores da rede pública de ensino de Conceição de Mato Dentro, produção de artigos científicos, entre outras.

Também baseada no trabalho já realizado, a empresa lançará dois livros ainda esse ano. Uma obra será destinada à ocupação pré-histórica na região, ocorrida desde o início do período holocênico, referente aos últimos 10 mil anos de história da Terra, e a outra discorrerá sobre o período pós-conquista bandeirante, a partir do século XVII, com foco na forma de ocupação realizada pelas populações da época. O autor dos livros será o historiador e PhD em Arqueologia e Antropologia da Scientia Consultoria Científica, Renato Kipnis.

Todo o trabalho conduzido pela equipe de arqueologia da Anglo American seguiu os parâmetros propostos pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e é realizado em completo alinhamento com o referido órgão e também com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Já o trabalho de resgate dos sítios arqueológicos foi executado em parceria com a Scientia Consultoria Científica e a empresa Arca

Fonte: Revista Minérios & Minerales