Tecnologia proporcionou mais estabilidade no transportador e redução de perdas do material

Por Anderson Pereira, coordenador de Vendas da EMH em Belo Horizonte

Geralmente o item que provoca o maior custo de manutenção em um transportador é sua correia, portanto é um componente que exige cuidado especial durante a operação com vista a obter uma maior vida útil, reduzindo custos com trocas prematuras por danos de bordas e paradas do transportador interrompendo a produção. O AITC (Alinhador Inteligente para Transportador de Correia da EMH), vem de encontro a essa demanda ao automatizar o processo de controle do alinhamento dos transportadores de correias, minimizando assim o número de paradas por falhas provocadas por desalinhamento, aumentando a vida útil dos equipamentos, reduzindo o custo de manutenção e os riscos operacionais com um menor número de intervenções nos transportadores.

O desempenho do AITC foi testado na Vale em 2012, na usina de tratamento de minérios de Cauê, em Itabira (MG), através de uma SAT (Solicitação de Aprovação e Teste), metodologia rigorosa utilizada pela mineradora para acompanhar e validar testes feitos em suas unidades para credenciar novas tecnologias e equipamentos.

Em busca da identificação do problema, foi verificado através da análise do perfil de perdas, entre os equipamentos com maiores incidências do modo de falha desalinhamento, e foi constatado que as paradas corretivas de correia transportadora se repetiam com mais frequência no transportador 21TC110100. O período de análise para caracterização do equipamento, que compreendeu a janela de um ano, iniciado em outubro de 2009 e finalizado em setembro de 2010, retratou que a correia transportadora 21TC110100 foi o equipamento com maior número de horas corretivas durante o ano, sendo responsável por 7 % de todo impacto na disponibilidade física da usina de beneficiamento de minérios.

Desenho esquemático do transportador 21TC110100

Observando em maiores detalhes, os apontamentos de parada se deram em função do desalinhamento, sendo necessárias paradas do equipamento para diversos reparos, tais como troca, emenda, vulcanização, corte de borda entre outros.

A característica do processo desse transportador é o de receber o under (minério com granulometria de 1mm a 8 mm) das 28 linhas (peneiras) em operação na usina e envia para o circuito da jigagem. Tão logo o material seja processado na jigagem, o material considerado como fino (< 1 mm) vai para usina e o concentrado (entre 8 mm e 1 mm) vai para o pátio de carregamento finalizando o processo.

Ação definida para solução foi a instalação dos AITC para fazer testes em condições reais de operação. O cérebro do AITC é um controlador lógico dedicado fabricado pela EMG que integra e coordena todos os componentes do sistema, dotando o equipamento da inteligência necessária para interpretar os dados de posição da correia e operar um atuador eletro-hidráulico com precisão para corrigir qualquer desalinhamento ocorrido, mantendo o equipamento sempre alinhado.

Para o transportador em questão, foram necessários três sistemas AITC montados em duas paradas programadas de manutenção e, conforme previsto na SAT, foram realizadas inspeções frequentes para verificar o perfil de perdas no período do teste.

Após a instalação do equipamento AITC o transportador 21TC110100 passou a operar de forma estável não sendo causador de nenhuma parada na usina. Desse modo, pode-se concluir que durante o período de teste a disponibilidade da usina de beneficiamento de minérios não foi mais afetada por falhas oriundas do transportador em questão.
Concluiu-se que, no caso estudado na Vale, o alinhador AITC foi aprovado diante dos parâmetros estabelecidos na SAT e monitorados.

Tambor de retorno sem AITC Tambor de retorno com AITC

Seção do esticador sem a ação do AITC Seção do esticador com AITC

Os testes foram conclusivos permitindo a VALE constatar e registrar: Correia transportadora alinhada; transportador operando de forma mais estável; melhoria na disposição do material ao longo da correia devido melhor centralização da correia sobre as bases de carga; redução de perdas do material; correia transportadora não tem contato com as estruturas do transportador (o que no passado desgastava a borda da correia e danificava a estrutura do transportador); aumento da disponibilidade do equipamento; e boa performance dos alinhadores sobre intempéries.