Com um investimento de US$ 2,5 bilhões e previsão de 30 projetos socioeconômicos e ambientais na região de Autazes, no Amazonas, a empresa Potássio do Brasil aguarda o impasse do licenciamento para iniciar a produção de fertilizantes no local. Nomeado como Projeto Potássio Autazes, a proposta é pela extração e o beneficiamento do cloreto de potássio, matéria-prima dos fertilizantes, já em uma área utilizada para pasto no passado, o que minimizaria o impacto ambiental e não prevê derrubada de floresta nativa. Além disso, o projeto prevê a geração de 2.600 empregos diretos e programas socieconômicos voltados para a população local, como capacitação e outros benefícios que atenderiam cerca de 12 mil indígenas do território.

“Um dos programas, por exemplo, é um navio-escola à disposição da comunidade, além de treinamentos e outras propostas para qualificação. Temos também o compromisso de 80% de nossa equipe ser local e de estimular os produtores rurais a não desmatar, fornecendo fertilizantes para a agricultura familiar. Pretendemos também recuperar uma área dez vezes maior que a nossa planta e, se conseguirmos fazer acordo, doar essas terras às comunidades indígenas”, revelou o presidente da Potássio do Brasil, Adriano Espeschit, em entrevista exclusiva à Revista Minérios & Minerales, durante a Conferência Amazônia e Novas Economias, realizada em Belém recentemente, e onde a empresa participou de um dos painéis.

Apesar da Justiça do Amazonas ter suspendido a licença preliminar da Potássio para desenvolver o projeto em Autazes, a proposta já havia sido defendida no governo federal anterior do presidente Jair Messias Bolsonaro e, também, está recebendo apoio do atual governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva.

De acordo com a empresa, a mina proposta e as instalações de processamento em Autazes exigiriam cerca de três anos para serem construídas. A produção está prevista para começar em 2026, com um volume inicial suficiente para suprir cerca de 20% das necessidades de potássio do Brasil. A capacidade do projeto está estimada em 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano.

Mineradora em Conferência da Amazônia

Painelista no tema “Políticas Públicas para Minerais Estratégicos”, a empresa Potássio do Brasil integrou o debate sobre ações que contribuem para o desenvolvimento sustentável e em defesa dos minérios como fundamentais para todos os segmentos. “Discutimos que não são somente os minerais de transição energética que são estratégicos e críticos para o Brasil, mas, também, os minerais que são utilizados como fertilizantes, e que são necessários para o desenvolvimento econômico do País, principalmente, ao agronegócio e até mesmo localmente, atendendo as comunidades indígenas ou não, em regiões como de Autazes.