RIO – O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, afirmou hoje que as negociações preliminares para reajuste dos preços do minério de ferro já começaram e que a tendência é de alta, já que a demanda pelo insumo continua forte. Para Agnelli, a principal dificuldade atualmente é definir um patamar de reajuste que reflita o grande aquecimento do mercado asiático e combine demandas menos intensas existentes na Europa. ” O desafio é como negociar o preço com a disparidade de crescimento entre Ásia e o ocidente ” , afirmou Agnelli. De acordo com o presidente da mineradora, a demanda asiática está aquecida devido ao ritmo acelerado de crescimento das economias da região, com destaque principalmente para os setores de infra-estrutura, que são altamente demandantes de minério de ferro. Por outro lado, ainda segundo Agnelli, a Europa cresce a um ritmo ” europeu ” , com impulso extra dado pelos países do leste do continente. ” Os Estados Unidos são uma interrogação, devido ao subprime, mas não vejo a economia dos Estados Unidos em recessão forte. A América Latina cresce a um ritmo forte e o Canadá também está bem. O ponto é que a demanda continua forte ” , ressaltou Agnelli. O executivo explicou ainda que a meta traçada pela empresa em 2001 para a atração de siderúrgicas ao Brasil já foi atingida. Segundo Agnelli, a Vale planejava agregar quatro novas plantas ao parque produtivo brasileiro. A primeira dessas unidades foi o terceiro alto-forno da CST, inaugurado hoje no Espírito Santo com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da Arcelor-Mittal, Lakshmi Mittal. Segundo Roger Agnelli, a mineradora negociou em 2002 com a Arcelor a venda de participação no capital da CST condicionada à futura construção do terceiro alto-forno. Além disso, firmou acordos de sociedade com a chinesa Baosteel para a construção de uma usina no Espírito Santo, com a alemã ThyssenKrupp para a instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) no Rio de Janeiro, e com a sul-coreana Dongkuk para construção de uma usina no Ceará. ” Pelo valor que gastaríamos para construirmos sozinhos uma usina, atraímos quatro novos investimentos para o país ” , afirmou Agnelli, ressaltando que não é de interesse da companhia entrar sozinha em projetos siderúrgicos.
Fonte: Padrão