José Mendo Mizael de Souza*
mendodesouza@jmendo.com.br

É da natureza humana saudar o Ano Novo com esperança e as melhores expectativas: convido-os a fazer o mesmo com a nossa Mineração, eis que, em que pesem os inúmeros desafios a vencer, o mais importante está em nossas mãos – a crescente demanda por bens minerais, bens minerais estes essenciais à Qualidade de Vida almejada pela Sociedade.

Nunca é demais lembrar o que nos coloca a U.S. National Academy of Sciences, a saber, que “Nos Estados Unidos, todo ano, cerca de 11,3 t de novos minerais devem ser proporcionadas, por habitante, para se fabricar os itens de uso diário de cada pessoa – e um crescente número desses minerais são importados”, assim como Stephen Kesler, no que respeita à demanda mundial por minerais em 2050: “Considerando uma estimativa média de 9 bilhões para a população global em 2050 e assumindo que cada pessoa adicional irá demandar um pouco menos que os atuais habitantes demandam, esse aumento da população poderia levar a um aumento de 25% da demanda por minerais, até 2050”.

E, também, que, enquanto País, temos uma Política Mineral clara, precisa e concisa, a saber, aquela constante da Exposição de Motivos do vigente Código de Mineração (DL nº 227, de 28.FEV.1967), a E.M 6/67 – GB, de 20.FEV.1967,a saber: “I – Estimular o descobrimento e ampliar o conhecimento de recursos minerais do País; II – Utilizar a produção mineral como instrumento para acelerar o desenvolvimento econômico e social do Brasil, mediante o aproveitamento intenso dos recursos minerais conhecidos, quer para consumo interno, quer para exportação; III – Promover o aproveitamento econômico dos recursos minerais e aumentar a produtividade das atividades de extração, distribuição e consumo de recursos minerais; IV – Assegurar o abastecimento do mercado nacional de produtos minerais; V- Incentivar os investimentos privados na pesquisa e no aproveitamento dos recursos minerais; VI – Criar condições de segurança jurídica dos direitos minerais, de modo a evitar embaraços ao aproveitamento dos recursos minerais e estimular os investimentos privados na mineração”.

Logo, nosso desafio é, na realidade, fazer acontecer. E para tanto, nunca é demais ter sempre em mente o que nos colocam Robert S. Kaplan e David P. Norton em seu livro “A Execução Premium”, no Prefácio do mesmo, ao se referirem ao seu segundo livro, “Organização Orientada para a Estratégia”, no qual destacaram seus 5 (cinco) princípios gerais, a saber: “(i) Mobilizar a mudança por meio de liderança executiva; (ii) Traduzir a estratégia em termos operacionais; (iii) Alinhar a organização com a estratégia; (iv) Motivar para transformar a estratégia em tarefa de todos e (v) Gerenciar para converter a estratégia em processo contínuo”.

Por seu turno, o “Plano Nacional de Mineração 2030: Geologia, Mineração e Transformação Mineral” do Brasil, documento bastante bem elaborado, que contou com a participação de dezenas de profissionais qualificados e experientes, e que se apoiou nos 84 Estudos “em áreas relacionadas ao setor mineral, como política e economia mineral, geologia, mineração, transformação mineral, estudos específicos e estudos consolidados, além do histórico e de perspectivas de evolução macroeconômica setorial da economia brasileira e mundial em logo prazo, análise da competitividade do setor, entre outros”, elaborados pela J.Mendo Consultoria Empresarial Ltda., vencedora da concorrência internacional do Banco Mundial a respeito (Plano e Estudos estes disponíveis para leitura e/ou download em www.mme.gov.br), já elenca “os objetivos estratégicos definidos e as ações previstas”.

Ou seja: já temos pronto o que deveremos fazer e os respectivos fundamentos. Então, é partirmos para a ação, a começar pela manutenção do nosso Atual Código de Mineração – que já presidiu todos os booms da Mineração brasileira e tem toda condição de presidir os futuros -, naturalmente atualizando o seu Regulamento (Decreto nº 62.934, de 02.JUL.1968) e cumprindo toda a legislação aplicável à atividade minerária – ambiental, econômica e social, tendo sempre como objetivo o Desenvolvimento Sustentável -, bem como dedicando especial atenção à permanente qualificação dos recursos humanos dedicados à nossa Indústria de Produção Mineral.

Ação e Fé no Futuro, pois, e Excelente 2016 para todos nós!.

*Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto. Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Fundador e Presidente do Ceamin – Centro de Estudos Avançados em Mineração. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas e Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Entidade. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação do Instituto Brasileiro de Mineração – bram. Como representante do Ibram, um dos 3 fundadores da Adimb – Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Ex-Conselheiro do Cetem – Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: Revista Minérios & Minerales