Na Zona da Mata mineira, o programa “Viabilidade quali-quantitativa da produção de café, pastagem, eucalipto e nativas sobre áreas mineradas de bauxita” da Votorantim Metais está auxiliando a busca de melhores práticas de manejo de solo e plantio para as áreas que foram lavradas pela mineradora. Numa parceria com a Universidade de Viçosa (UFV), o projeto, iniciado em 2008, engloba linhas de pesquisa com a finalidade de estudar o solo e as melhores indicações de uso para cada uma das áreas reparadas.
Coordenado pelo Prof. PhD Dr. Ivo Ribeiro Silva do Departamento de Solos UFV, o programa possui um Campo Experimental na Unidade de Miraí da Votorantim Metais para tornar possível a avaliação da viabilidade de culturas (plantio de pastagem, café, eucalipto e angico vermelho) e de espécies nativas em áreas impactadas cujos resultados mostram a evolução das áreas a curto, médio e longo prazo.
Entre os anos de 2011 e 2012, foram realizadas pesquisas para a avaliação das áreas reabilitadas (taxa de crescimento das espécies, índice de sobrevivência, massa das raízes etc.) e qualidades física, química e biológica de solos cultivados com café, pastagem e espécies florestais em áreas mineradas.
De acordo com Marcos Graciano, gerente geral de Mineração em Minas Gerais da Votorantim Metais, desde o início do programa, foram reabilitadas cerca de 600 hectares de área. “Ao contrário das outras unidades de mineração, não somos proprietários do solo dessa região, então, fizemos um contrato com os proprietários da terra, no qual a Votorantim utiliza a área e, no termino da lavra, entregamos o local reabilitado ao dono”, explica o gerente.
Os contratos firmados com os proprietários das terras, em geral, são de três ou quatro anos, período em que a mineradora explora o local, realiza e reabilitação da área e também acompanha a progressão do solo para, após a análise da qualidade da recuperação, entregar ao dono a terra com sua vegetação estável. O tempo de acompanhamento da área varia de acordo com a cultura da nativa. Segundo Graciano, a pastagem apresenta recuperação mais rápida, seguida pela cultura de café e mata atlântica. Desde o início das operações, a mineradora atua em paralelo com as áreas de lavra e áreas em recuperação.
Para esse ano, a mineradora previu investimento de R$ 15 milhões no programa de reabilitação de áreas, sendo distribuídos em todas despesas, como convênios, salários, contratação de equipamentos, insumos, fertilizantes, entre outros.
“Toda tecnologia empregada na recuperação tem suporte da UFV, que atua com indicadores para acompanhar o processo e desenvolvimento de novas práticas, entre eles taxas de crescimento e qualidade física e química e biológica das áreas”, aponta o gerente. Depois de lavrada, a mineradora recupera a topografia original ou forma dela, aplica uma camada de solo orgânico com as mesmas características, que pode ser retirado do próprio local antes do inicio da lavra ou de áreas da região, realiza a correção do P, e outras técnicas desenvolvidas.
“Seria inviável o custo para adquirir as áreas de lavra que atuamos e temos mais de 10 mil proprietários cadastrados para trabalharmos em parceria. Nossa ação de reabilitação de áreas agrega também a melhoria do cultivo, a regularização fundiária e de reservas locais e, claro, a contribuição com o bioma da mata atlântica”, finaliza Graciano.
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