O fenômeno de raio sempre fascinou o ser humano. Pesquisas permitiram entender melhor este fenômeno natural e ajudou desenvolver sistemas de proteção, chamados de para-raios. Porém, ainda há muito para descobrir.

O Brasil é um dos países com maior incidência de raios. Levantamentos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam algumas regiões especificas tais como o sudeste ou o norte com densidades de raios superior à média. É comum ouvir falar sobre as consequências do fenômeno das descargas atmosféricas, especialmente em reportagens noticiando seus efeitos, desde acidentes com danos ao patrimônio físico a casos envolvendo pessoas e animais. De fato, é de extrema importância que todas as infraestruturas sejam protegidas por um sistema de para-raios, assim como áreas abertas e suas dependências.

Sistemas de para-raios tradicionais nem sempre se aplicam na hora de proteger uma mineradora. O sistema de gaiola de Faraday (método das malhas) se aplica apenas na proteção de edificações, enquanto o sistema de para-raios Franklin é limitado por seu ângulo de proteção. há uma grande preocupação em proteger pessoas, devido ao grande fluxo de colaboradores, terceirizados e visitantes nas áreas abertas, como em pátios, estacionamentos, portarias, rodoviárias e locais de armazenamento.

Atualmente, diversas mineradoras brasileiras e industrias do setor já foram atrás de uma solução para suprir essa lacuna dos sistemas de proteção tradicionais. Há 35 anos atrás na França, foi desenvolvido um sistema de proteção moderno chamado de para-raios com dispositivo de ionização (não radioativo), hoje já amplamente utilizado ao redor de mundo em diversos segmentos. Seu principal diferencial reside na sua capacidade em antecipar a parte ascendente da descarga atmosférica, proporcionando um maior raio de proteção e viabilizando a proteção de grandes infraestruturas e áreas abertas contra impactos diretos.

A Usiminas já implementou este sistema, instalando para-raios ionizantes do fabricante Indelec: “Desde que os captores Prevectron® foram instalados em nossa planta em dezembro de 2017, constatamos a incidência de duas descargas atmosféricas, as quais foram comprovadas pelos contadores de raios e relatos de pessoas que se encontravam nas proximidades. Um destes captores estava instalado no estacionamento e o outro em um pátio na parte central da fábrica, onde inclusive havia pessoas trabalhando acerca de 20 metros e ainda não estava chovendo. De fato a sensação de segurança aumentou bastante, principalmente em áreas abertas, protegendo pessoas, instalações de risco (depósito de inflamáveis), linhas aéreas, etc… ” disse Marcelo de Cabral Araújo, Supervisor de Manutenção da Usiminas Mecânica, Ipatinga, MG. Outras mineradoras seguiram essa boa pratica.

Este sistema possui a mesma comprovação cientifica que os sistemas de proteção tradicionais: uma validação empírica. Porém, convém verificar em função de cada fabricante, as especificações técnicas, os ensaios e as certificações, exigidas por normas.

Vale ressaltar que em situação de tempestade, é altamente recomendado que pessoas procurem abrigo em estrutura protegida e os sistemas poderão ser complementados por um sistema de detecção de tempestade elétrica, conforme NBR 16785:2019.