Empresa australiana quer acelerar implantação da unidade, após resultados positivos da planta piloto

A Sayona Mining anunciou que fechou um acordo de opção (Term Sheet) com a Brasil Grafite S.A para a compra do projeto de grafite Itabela, localizado no município de mesmo nome no sul da Bahia. Com isso, a Sayona tem um prazo de quatro meses para realizar a due diligence e efetivar a compra. Além disso, pelo contrato a mineradora irá pagar mensalmente US$ 15 mil, durante os quatros meses de análise dos ativos, e um adicional de US$ 3,5 milhões a ser pago após a conclusão do processo. A Brasil Grafite terá ainda uma participação de 2% nos direitos minerários do projeto.

De acordo com informações da Sayona, o empreendimento, que está em estágio avançado de exploração, tem dados substanciais de sondagem e possui uma rota de processo simples. Os testes pilotos, feitos com mais de 30 toneladas de minérios de grafite e avaliados pela Fundação Gorceix (Ouro Preto, MG), indicaram que altas taxas de recuperação, com elevados graus de concentração, podem ser obtidas com tecnologia de flotação.

Os trabalhos metalúrgicos foram realizados no Centro de Tecnologia Nuclear (CDTN), localizado na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. As empresas Lyndtek (Lakewood, EUA), Hazen Research (Denver, EUA) e SGS-Geosol (Belo Horizonte, MG) também contribuíram com as pesquisas. Os testes na planta piloto foram concluídos no início de 2015 e contemplaram amostras de três pontos diferentes do depósito. Durante o período de due diligence, a mineradora pretende completar, de forma independente, as avaliações técnicas de sondagens e os testes metalúrgicos.

Em torno de 1.000 furos foram feitos na etapa de sondagem e mensuração das reservas, com uma profundidade média de 9 m, abrangendo uma área de 8.000 m2. A zona de depósito oxidado estende-se desde a superfície até uma profundidade mínima de 40 m, é friável e está prevista para ser extraída sem a utilização de explosivos. Ao todo, o projeto envolve 13 direitos minerários, totalizando 13.316 hectares.

A empresa pretende acelerar a implantação do projeto dando maior agilidade `a conclusão do estudo de viabilidade econômica e obtenção das licenças ambientais. A previsão para início da construção da unidade é de 12 a 18 meses.

O projeto Itabela está localizado perto de três minas de grafite (Pedra Azul, Maiquinique e Salto da Divisa). O local possui boa infraestrutura, com fácil acesso a estradas, porto (Ilhéus) e aeroporto (Porto Seguro). O Brasil é o segundo maior produtor de grafite no mundo e possui a maior jazida do minério de alta qualidade fora da China, com uma história de mais de 60 anos de produção contínua.