O Consórcio Santa Quitéria, formado pelas empresas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e Galvani Fertilizantes, apresentou o projeto para implantação de usina de fosfato e urânio no Ceará em audiência pública. O objetivo é explorar o fosfato e o urânio, encontrados de forma associada na jazida de Itatiaia, CE. Segundo estudo do consórcio, são 8,9 milhões de toneladas de fosfato e 80 mil toneladas de urânio disponíveis para exploração no depósito.

A Galvani ganhou a licitação e ficou responsável pelos investimentos e por desenvolver os processos, a engenharia, os estudos para o licenciamento ambiental, a construção e a montagem do complexo industrial, que leva o nome do consórcio.


A iniciativa prevê que a Galvani utilize o fosfato na fabricação de fertilizantes e alimentação animal. Enquanto o urânio será repassado à INB. Depois de extraído da mina, o minério passará por processamento de separação de elementos. O projeto de exploração foi remodelado em 2020 e prevê investimento de US$ 400 milhões. Tem previsão de tornar o Brasil autossuficiente em concentrado de urânio ( yellow cake) – insumo base para combustível usado na usina nuclear de Angra dos Reis, para geração de energia – podendo levar o país à categoria de exportador do produto. 


A estimativa é que sejam produzidas 1,050 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano e outras 220 mil toneladas de fosfato bicálcico e 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio a partir da jazida de Itataia. A mina foi descoberta ainda na década de 1970 e é considerada a maior jazida de urânio fóssil do Brasil. O memorando de entendimento do consórcio com o Governo do Ceará foi assinado em setembro de 2020, prevendo o início da operação para o ano que vem e geração de 2,5 mil empregos, dos quais 500 diretos.