Apesar da aplicação de novas tecnologias resultar em avanços na mineração, a gestão e o planejamento em equipe ainda são fundamentais. Exemplo dessa influência é um projeto desenvolvido pela Mineradora Aura Almas, em Tocantins, onde um plano multidisciplinar aumentou a produtividade no complexo industrial de extração de ouro. A Aura Almas consiste em uma planta de beneficiamento de ouro com capacidade aproximada de 50.000 onças por ano, por meio de lixiviação e adsorção.
O minério utilizado como matéria-prima é extraído das minas Paiol, Vira Saia e Cata Funda, com projeção de movimentação total prevista de 1,10 milhão de toneladas por mês e capacidade combinada de processamento de 1,3 milhão de toneladas por ano, com vida útil estimada de 17 anos e possibilidade de se dilatar esse prazo. Para alcançar a prontidão operacional em uma planta tão ampla, a Aura Almas adotou um plano dividido em oito disciplinas principais: Segurança, Mão de Obra, Comissionamento, Partida e Aceleração, Pontos de Atenção, Gestão da Qualidade, Gestão da Manutenção e Barragens de Rejeitos.
O mapeamento foi realizado por meio de sessões de brainstorming colaborativo, com auxílio de mapas mentais e fluxogramas, resultando em um plano integrado. Esse planejamento passou por várias etapas, incluindo identificação de lacunas, análise de riscos, estratégia de comunicação, definição de responsabilidades e apoio ao comissionamento. Foram estabelecidos indicadores-chave de desempenho para monitorizar o progresso durante a fase de aceleração. Ao mesmo tempo, a equipe foi treinada para garantir a segurança e a qualidade operacional.
O comissionamento foi coordenado com um plano de comunicação entre lideranças, que possibilitou mitigar riscos e pontos críticos, acelerando a tomada de decisões para correção de desvios. Essa abordagem, juntamente com um gerenciamento eficaz do projeto, garantiu a segurança e a integridade do plano. Esta metodologia, em conformidade com as melhores práticas de gestão de projetos e planejamento integrado, garantiu o sucesso do Plano de Preparação Operacional, avaliado com base em parâmetros como quantidade processada, recuperação metalúrgica e onças recuperadas.
A rápida estabilização da moagem resultou em uma alimentação de minério 17% superior ao projeto de ramp-up. Além disso, a taxa horária de alimentação aumentou 119% entre a semana 1 e a semana 8 de operação. Olhando para a massa total processada, esse aumento foi de aproximadamente 72%. A partir dos resultados, ficou claro que o Plano de Preparação Pré- -Operacional não apenas direcionou a estratégia, mitigou riscos e alocou recursos de forma eficiente, mas também estabeleceu uma base sólida para a operação.
AUTORES: Gabriel S. dos Santos – Diretor de Operações, Mineração Aura Almas, Handerson Alves Silva – Coordenador de Operação, Mineração Aura Almas, Thiago Rocha Souza – Engenheiro de Processo, Mineração Aura Almas., Weydster D. V. Pereira – Engenheiro de Processo, Mineração Aura Almas., Railon Lima de Susa – Analista de Operação e Processo, Mineração Aura Almas. e Marina Silveira Del Mestre – Trainee Processo, Mineração Aura Almas.
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