Na mineração, é cada vez mais comum a presença feminina em diversas áreas, desde a administrativa, até a geologia e mecânica. Porém, as operadoras de máquinas pesadas são mais raras. É o caso de Frankslane Xavier, motorista de caminhão de grande porte na Mineração Buritirama, uma das maiores produtoras de manganês do mundo, com mina localizada em Marabá (PA).

Há 12 anos no setor de mineração, Frankslane ingressou no setor como trainee, mas nunca havia se imaginado na condução de um veículo como este. Agora, não consegue se ver em outra profissão. “Entrei por curiosidade e não sabia que ia gostar tanto, hoje não consigo ficar longe”, diz. Ela atua há sete meses na Buritirama e é reconhecida pela liderança da empresa por sua habilidade, atenção em manobras e o cuidado na direção, qualidades estas, inclusive, nas quais o público feminino se destaca.

Quanto ao desafio de trabalhar em um ambiente predominantemente masculino, Frankslane diz não sentir qualquer diferença. “Ninguém faz distinção, sou tratada por igual”, conta. “No começo da minha carreira era mais difícil, até mesmo para as empresas contratarem mulheres para essas funções. Atualmente, as pessoas já têm a mente mais aberta, especialmente aqui no Pará, onde muitas mulheres se interessam pelo setor mineral”.

Totalmente responsável pelo orçamento familiar, para continuar a atuar naquilo que realmente gosta e sustentar sua filha de dois anos, precisa abrir mão do convívio diário com ela, que mora em Araguaína (TO) com uma tia. “Sinto muita falta dela. Quem trabalha com mineração é assim, estamos sempre nos mudando e nos readaptando ao local e à rotina. Meu objetivo é me fixar na empresa, poder crescer profissionalmente, ao mesmo tempo que eu possa trazê-la para ficar perto de mim”, finaliza.