A Alcoa, líder mundial na produção de Bauxita, Alumina e Alumínio, contabiliza os primeiros resultados de um investimento de R$ 330 milhões em sua unidade de Poços de Caldas, Minas Gerais. O projeto foi concluído em 2022, com a instalação da nova planta de filtração que permite a disposição a seco de resíduos.

É a primeira unidade da Alcoa no Brasil e a 3ª Planta no mundo em que o resíduo de bauxita, em vez de ser bombeado, é filtrado e prensado, e a parte líquida retorna ao processo produtivo. Na empresa há 17 anos, o engenheiro químico Ricardo da Graça Martins atualmente é superintendente do Departamento Técnico – Laboratório e Engenharia e Processo da Refinaria. Ele atualizou o status do projeto em palestra realizada no Workshop Opex 2023, em maio na Fundação Dom Cabral, em Nova Lima (MG). Segundo ele, os investimentos realizados na planta de Poços Caldas são um dos principais marcos de uma nova era de sustentabilidade da companhia, tanto na disposição de resíduos de bauxita e na produção de alumínio com energia limpa.

O NOVO SISTEMA DE FILTRAGEM EM POÇOS DE CALDAS É FORMADO POR TRÊS FILTROS-PRENSA.

Cada filtro processa o resíduo, que é composto principalmente de lama vermelha. O resíduo é bombeado para o filtro, onde as placas o compactam, removendo aproximadamente 70% da umidade. A água recuperada é então devolvida ao processo de produção da refinaria através de um circuito fechado. O resíduo que permanece tem um teor de umidade similar ao solo, que é então transportado por caminhões para uma nova área de descarte a seco para posterior compactação. “O primeiro teste com lama seca foi feito em 29 de julho. Desde 24 de agosto de 2022, 100% da lama é processada no filtro prensa.

O projeto concluído foi dentro do cronograma”, relatou o superintendente. Hoje, todo o resíduo de bauxita da refinaria está sendo processado através do sistema de filtro prensa para produzir resíduos secos. A equipe trabalhou mais de 800.000 horas durante todo o período do projeto, que começou em 2021, sem um incidente de segurança. A Alcoa implementou primeiro essa tecnologia para o tratamento de resíduos de bauxita nas refinarias de Pinjarra e Kwinana, na Austrália Ocidental. Essas duas refinarias reduziram o consumo de água no total de 2,2 gigalitros — quantidade de água equivalente para encher 880 piscinas olímpicas.

REFINARIA DO FUTURO

A redução do resíduo de bauxita também é uma das várias melhorias de processo que a Alcoa está desenvolvendo para seu projeto Refinaria do Futuro, que busca a descarbonização em escala e entregar uma refinaria competitiva e que possa eliminar os combustíveis fósseis do processo de refino e outras melhorias operacionais. Globalmente, a implantação dessa inovação conecta-se à meta estratégica de longo prazo da Alcoa de reduzir suas áreas de armazenamento de resíduos de bauxita em 15% até 2030, em relação a 2015. A Alcoa está no Brasil há 57 anos. A fábrica de pó de alumínio, em Poços de Caldas, completou 40 anos em 2021. Em 2000, passou por um processo de modernização e é uma das únicas no mundo que utilizam um sistema vertical – câmara de atomização Na operação da planta em Poços de Caldas, há 400 funcionários envolvidos diretamente na produção, e cerca de 200 administrativos, que fornecem serviços para outras unidades. Além de gerar empregos, a unidade está sempre buscando desenvolver os parceiros locais No Brasil, a Alcoa possui três unidades produtivas, em Poços de Caldas (MG), São Luís (MA) e Juruti (PA), além de participação acionária na Mineração Rio do Norte (MRN) e em quatro usinas hidrelétricas: Machadinho, Barra Grande, Serra do Facão e Estreito. Em Poços de Caldas, além da Fábrica de Pó de Alumínio, a Alcoa tem operações de mineração, químicos e refusão.