A Horizonte Minerals, empresa britânica com projetos de exploração mineral de ouro e níquel no Brasil, tem investimentos polpudos em andamento no Pará, onde está construindo um novo distrito de níquel de olho no mercado de baterias para carros elétricos. O projeto Araguaia, de níquel, e o projeto Vermelho, de níquel e cobalto, possuem depósitos de alto teor, baixo quartil na curva de custo e longa vida útil. Este portfólio fornece à Horizonte um perfil de produção escalável de mais de 60.000 toneladas de produção anual de níquel, posicionando a empresa como importante produtora global.
Como um componente crítico tanto no aço inoxidável quanto na tecnologia de baterias de veículos elétricos, o níquel é um facilitador essencial da transição para energia limpa. Como membro desta cadeia de suprimentos voltada para a sustentabilidade, a empresa está comprometida com a produção ética, segura e responsável de produtos de níquel com baixo teor de carbono.
O diretor financeiro da Horizonte Minerals, Tiago Miranda, apresentou no Workshop Opex 2023 um balanço desses dois projetos em execução pela empresa. Com investimentos aproximados de US$ 633 milhões, o Projeto Araguaia está em fase de construção, com o primeiro lote de metal previsto para o início de 2024. Quando estiver com as Linhas 1 e 2 em operação, produzirá 29.000 toneladas de níquel por ano. Já o Projeto Vermelho está em fase de estudo de viabilidade e pode produzir 24.000 toneladas de níquel e 1.250 toneladas de cobalto por ano para abastecer o mercado de baterias de veículos elétricos.
Os três principais acionistas da Horizonte são La Mancha Investments , Glencore plc e Orion Resource Partners LLP. “Nossos projetos têm um drive forte de sustentabilidade e sistema de governança robusto. Apesar de não termos produção no Brasil ainda, já somos listados na Bolsa de Londres e na Bolsa do Canadá. Temos 2.800 pessoas trabalhando no projeto Araguaia, 45% são do Estado do Pará, o que reforça o nosso compromisso com a comunidade”, disse Miranda, no evento realizado na Fundação Dom Cabral. Para tanto, a empresa firmou parceria com o Senai . “Investimos R$ 2 milhões na formação de 400 colaboradores da região”. Ele apresentou alguns números que indicam o impulso que o projeto tem dado à economia local.
Em Conceição do Araguaia, antes do início das obras da Horizonte Minerals, a arrecadação de ISS girava em torno de R$ 4 milhões por ano. “Hoje, só em função do projeto Araguaia, a prefeitura arrecada R$ 16 milhões por ano. É uma transformação enorme no município que a gente está trazendo”, afirmou. Além disso, Miranda disse que R$ 50 milhões já foram investidos em ações sociais na comunidade. Além da mão de obra local, a empresa também prioriza fornecedores da região. “Em números de maio de 2023, tínhamos 365 fornecedores cadastrados no Pará”, disse ele em sua apresentação.
O ritmo das obras, segundo o executivo, segue em “velocidade de cruzeiro”, com os principais equipamentos sendo entregues. “Já começamos os trabalhos de lavra na mina para testar o funcionamento da planta no segundo semestre, e começar de fato a operação do projeto Araguaia no primeiro semestre de 2024”, afirmou Tiago Miranda. Em relação à sustentabilidade, o Araguaia busca se tornar um dos produtores com menor emissão de carbono por tonelada de níquel comparado com outros produtores de FeNi. Estima-se em reduzir até 70 kt de CO² por ano, 16% da emissão total quando em operação.
PROJETO VERMELHO
O diretor da Horizonte falou também sobre o status do projeto Vermelho, que caminha em direção à construção de uma planta que produzirá 24.000 tpa de Ni e 1.250 tpa de Co para abastecer o mercado de baterias. “Esse também é um projeto de potencial de retorno muito expressivo. Estamos caminhando com o licenciamento e estudo de viabilidade. O próximo passo é buscar a licença de implantação e então ir ao mercado fazer a captação de recursos necessários”, informou Miranda.
INÍCIO DAS ATIVIDADES DE PRÉ-STRIPPING
Em fevereiro de 2023, a Horizonte firmou um contrato de cinco anos com a Fagundes para os serviços de mineração. Os serviços incluem: pré- -strip de estéril, extração de minério, produção de pilhas de estoque, alimentação de plantas e atividades de manuseio de escória. As primeiras atividades de pré-stripping já começaram, juntamente com a entrega de equipamentos de mineração para formar o estoque inicial de minério.
Em março de 2023, a Horizonte firmou os contratos do Estudo de Viabilidade da Linha 2 do Araguaia com o objetivo de duplicar a produção de níquel para 29.000 toneladas por ano por meio de uma instalação de processamento RKEF duplicada (“Linha 2”). Como parte do Estudo de Viabilidade, será projetada uma opção no fluxograma de produção para permitir que uma parte do produto do forno da Linha 2 seja convertida em níquel matte, permitindo ao Araguaia produzir, além de ferroníquel de alta qualidade e baixa impureza, também matte que pode ser aprimorado para alimentar diretamente a cadeia de fornecimento de produtos químicos para baterias de veículos elétricos.
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