O interior da Bahia terá a primeira mina subterrânea de diamante do Brasil. A empresa canadense Lipari Diamond Mines planeja ampliar a vida útil da Mina Braúna, na cidade de Nordestina, com investimento de US$10 milhões. Será a segunda fase de operações da empresa no país, que projeta aumentar em três ou quatro anos o tempo de operação do depósito kimberlítico Braúna 3 – o maior de um total de 22 depósitos que a empresa informa ter na área onde opera na Bahia.

A planta é a primeira de diamantes na América do Sul e fica no semiárido baiano, em um município com pouco mais de 12 mil habitantes e que fica a cerca de 300 quilômetros de Salvador. A mina Braúna é explorada pela Lipari desde 2016. É uma operação de mineração a céu aberto que utiliza frota e equipamentos próprios para alimentar uma planta de processamento de 2.000 toneladas de minério kimberlítico por dia, 24 horas por dia, sete dias por semana, empregando mais de 300 colaboradores diretos e indiretos.

Os diamantes são extraídos de formações conhecidas como kimberlito – em formato de cone, pelo qual parte dos diamantes formados nas profundezas é carregada até a superfície. Com o esgotamento do depósito na profundidade atual, a Lipari partiu para a segunda fase, durante a qual pretende construir túneis de até 450 metros de profundidade.

Após a transição da atual estrutura para uma de mina subterrânea, o objetivo será permitir acesso a áreas mais profundas e de maior teor, compensando os custos operacionais. Mineradoras ao redor do mundo exploram kimberlitos por se tratar de um minério que tem potencial para concentrar quantidade maior de diamantes do que os aluviões.

 A primeira mina de diamantes da América do Sul é a Braúna na Bahia e foi desenvolvida a partir do kimberlito, nome da rocha que serve como fonte primária para o diamante. Desde a instalação, em 2016, a exportação brasileira da pedra preciosa cresceu mais de 4,5 vezes. Em seis anos de atividade no país, a empresa informa ter produzido 1,1 milhão de quilates de diamante em Nordestina. Atualmente, os caminhões circulam pela cava em uma profundidade de 250 metros.

 Os diamantes da Lipari são cortados, lapidados e comercializados na Antuérpia, em Dubai e na Índia, que são três importantes pólos globais dessa atividade.. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, o estado é o primeiro produtor de diamantes de kimberlitos do Brasil. E grande parte da produção do estado é voltada para o mercado externo – os principais setores de consumo são a indústria de lapidação e a joalheria.