Localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, Itatiaiuçu é mais uma cidade que planeja reduzir a dependência da mineração, buscando a diversificação econômica para garantir o desenvolvimento sustentável da economia local – atualmente, 90% das receitas do município vêm da indústria extrativa. A prefeitura criou um Fundo e um Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico que terá aporte inicial na ordem de R$ 30 milhões.
Está programado para fevereiro do ano que vem o lançamento do programa Itatiaiuçu Conecta, desenvolvido após um estudo que buscou conhecer como se dá a relação de fornecimento de serviços e produtos das empresas constituídas dentro do município.
O levantamento analisou os dados do Valor Adicionado Fiscal (VAF), ano base 2021, e identificou 46 compradores (CNPJs) diferentes, os quais estabeleceram relações com 6.281 fornecedores distintos. Com base nesses números, foram movimentados R$ 1,4 bilhão, sendo que, desse montante, as indústrias na extração de minério de ferro foram responsáveis por R$ 873 milhões em movimentação. No entanto, ao considerar a sede desses fornecedores, constatou-se que não houve relação de compra com nenhum fornecedor de Itatiaiuçu.
“O que comprova que estamos no caminho certo ao trabalharmos para implementar uma nova política de desenvolvimento econômico em nosso município, fortalecendo as empresas locais e, por consequência, promovendo a diversificação econômica da nossa cidade, com a atração de novos empreendimentos”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Afrânio Duarte.
O fundo será administrado por uma instituição financeira e deverá receber, anualmente, no mínimo, 2% dos recursos oriundos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Os valores serão utilizados para financiar a implantação de políticas de desenvolvimento econômico e atração de negócios – a prefeitura abrirá processo de concorrência para selecionar o banco que apresentar as melhores oportunidades de gestão dos recursos.
O estudo aponta, ainda, que cerca de 70% das empresas fornecedoras para estabelecimentos de extração de minério de ferro estão localizadas em MG, seguido por São Paulo, responsável por quase 26%. Dez municípios – entre eles, Belo Horizonte, Betim e Contagem – forneceram quase R$ 560 milhões. E 1.834 fornecedores (30%) venderam para empresas dentro da área de extração de minério de ferro – outras 4.447 para empresas de áreas diversas.
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