Segundo a CE Noticias Financieras, a consultoria de tecnologia Vanson Bourne realizou pesquisa junto às 100 maiores mineradoras globais e constatou que 70% delas consideram a IoT crucial para tornar as operações mais competitivas, detectando ineficiências com maior rapidez, e permitindo correções imediatas que tendem a otimizar custos de produção.
Estas operadoras de minas e plantas acreditam que o IoT vai fortalecer suas vantagens competitivas, ampliando a automação dos processos e acelerando a identificação de oportunidades para reduzir custos e elevar a eficiência.
A TIMining desenvolveu o programa batizado de TIMining Aware, que já foi exportado para a indústria de mineração de 8 países. Ele permite aos gestores avaliarem a partir do seu celular os parâmetros críticos das suas operações e compará-los contra as metas projetadas.
Seu presidente, Nicolas Jubera, aponta que a transformação digital se acelerou e deixou patente a necessidade de poder operar remotamente com a mesma eficiência de antes – isto é, através de interação pessoal. A operação remota implica no avanço da digitalização em toda a cadeia operacional. Nicolas afirma que a indústria da mineração se deu bem com o teletrabalho. Diversas mineradoras estão operando com mais da metade dos quadros em trabalho remoto
e a produção ficou razoavelmente estável.
Embora esteja no estágio inicial de adoção, o uso da IoT – Internet das Coisas avançou mais nas minas do Canadá e Austrália e deu aos gestores uma ideia mais clara dos recursos disponíveis e seus colaboradores.
Um exemplo é a visão dos múltiplos conjuntos de dados de exploração geológica e modelagem, para aprimorar o direcionamento das sondagens subsequentes. Outro case de sucesso é a canadense Goldcorp que criou uma solução de IoT para regular o fluxo de ar nas minas subterrâneas.
No cenário pós-pandemia, as soluções de IoT se multiplicam, para enfrentar as numerosas mudanças operacionais para se trabalhar com menos gente – mas com melhores padrões de saúde. A tecnologia se mostrou indispensável e as mineradoras aceleraram a adoção das tecnologias digitais, como centros de operação remota, sensores que atuam em tempo real nas operações, e redes de conectividade 5G de alta capacidade.
A exemplo da Codelco no Chile e da Vale que já trabalham através de salas de operação remota, a Antofagasta Minerals está instalando um centro remoto da Minera Centinela, que entra em produção ao final do ano. Nesta mina, 300 operadores vão trabalhar remotamente.
A empresa também está em vias de contratar uma frota de caminhões autônomos para a nova mina Esperanza Sur no Chile.
A AngloGold Ashanti se associou à Nokia e está testando uma rede 5G privada numa mina subterrânea na Colômbia, incluindo tarefas como comunicação de missão crítica, conectividade e teleoperação remota de máquinas e veículos, inspeção com drones e câmeras de alta definição. A rede 5G de nível industrial fornece conexão de banda ultralarga, com velocidade de mais de 1 Gb/segundo e latência ultrabaixa. O sistema inclui bases de rádio e antenas adaptáveis com capacidade massiva de múltiplas entradas e saídas, arquitetura que permite criar redes virtuais independentes para diferentes usos. Esse programa piloto foi realizado em parceria com Sandvik e Epiroc, que forneceram equipamentos e sistemas de automação para minas.
E por falar em automação nas minas, a estrela atual são os caminhões autônomos, segmento até agora dominado por Komatsu e Caterpillar, no qual a mineradora pioneira foi a Rio Tinto na Austrália. A elas se juntou agora a Liebherr, que se associou à Hexagon para prover a primeira interface de software aberta do mundo, para autonomia interoperável e aplicação em frota mista, com capacidade de interagir com sistemas de gerenciamento de tráfego e frota de diferentes procedências.
Isso significa que máquinas e veículos autônomos poderão coexistir dentro de um ecossistema autônomo comum. A marca alemã disponibilizará seu protocolo para adoção ampla pela indústria.
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