Equipamentos móveis, acondicionados em carenagem reforçada,reduzem riscos de abastecimento energético, com baixos custos operacionais
Por Carlos Henrique de Paula*
Como se não bastassem os desafios impostos pelo cenário mercadológico internacional, outro problema assola nosso país e o segmento da mineração, causando impacto nos custos operacionais ou mesmo colocando em risco a manutenção da produção: a crise energética.
Estamos vendo dois discursos polarizados acerca da crise energética: de um lado, instituições de determinados segmentos, de perfil não-técnico e com interesses específicos, que buscam pregar a tranquilidade junto à população, afirmando que a situação está “sob controle” e que não há risco de racionamento ou apagão. Do outro lado, os especialistas do setor energético que, nitidamente preocupados, indicam que estamos à beira de um colapso.
Diante deste cenário, as empresas de mineração não podem apostar em quem está certo ou não. Elas devem atuar de maneira proativa de forma que não tenham suas operações ou produtividade comprometidas.
A alternativa de utilização de geradores de energia tem se configurado como uma saída estratégica para contornar a crise. Entretanto, esta alternativa requer recursos para esta aquisição e, na maioria das empresas, estes recursos não foram previstos, tendo em vista que a crise energética ainda não tinha se emergido. Com isso, a solução encontrada pelas empresas de mineração está sendo a locação de geradores de energia.
Neste caso, por haver uma série de peculiaridades, a opção de locação destes equipamentos destinados à mineração tem sido restrita. Por não atender atributos técnico-construtivos, um gerador “padrão” não apresentaria a performance e confiabilidade exigidas no segmento de mineração. Estamos falando de geradores com potências superiores a 1.000 kW, com atributos de robustez, confiabilidade, mobilidade e conectividade bastante específicos para a aplicação em mineração, que se caracteriza por estar em um ambiente de condições extremamente severas devido à poeira, choques mecânicos e rusticidade operacional. Ou seja, não estamos falando de um produto “de prateleira”.
Uma alternativa que soluciona este tipo de obstáculo são os grupos geradores tipo “Powerbox”. Este conceito de geradores, que visa atender demandas específicas, dentre elas a mineração, apresenta características técnicas que atendem plenamente esta demanda. São equipamentos com características construtivas específicas e acondicionada em uma carenagem reforçada extremamente robusta e compacta, com pontos de içamento e pegas de empilhadeiras, que permitem o deslocamento dentro da mina.
Preparados para operação em ambientes agressivos, os geradores com o conceito de Powerbox, possuem elementos de filtragem tipo heavy-duty, típicos para equipamentos que operam em ambientes com muita poeira, além de sistemas de arrefecimento que permite operações em altas temperaturas.
Diante a relevância do tema SMS – Segurança, Meio-ambiente e Saúde – em uma mina, o Powerbox apresenta componentes internos dispostos de forma ergonômica, proporcionando fácil acesso, que torna as manutenções mais rápidas e seguras, além de ter painéis de controles intuitivos com botoeiras de emergência nas partes externas do equipamento e bocais externos para abastecimento de óleo, combustível e água. Sua carenagem dispõe de alto nível de atenuação de ruído e bacia de contenção que elimina o risco de contaminação do solo com óleo diesel em caso de vazamento.
Em termos operacionais, um Powerbox proporciona alto nível de confiabilidade, por apresentar redundantes sistemas de proteção elétrica, tanque de combustível de alta capacidade, o que proporciona alta autonomia operacional. Ademais, possui disjuntor motorizado, acesso externo aos cabos e barramento de fácil conexão, o que agiliza a conectividade ao sistema elétrico de mina.
Do ponto de vista comercial, a utilização, mesmo que temporária, de um Powerbox proporciona benefícios tangíveis, pois, além de proporcionar a garantia contra a falta de energia por parte da concessionária, pode ser utilizado no horário de ponta (quando o preço da energia pode ser o triplo do valor em horário normal) e proporciona baixos custos operacionais, principalmente se considerarmos que, normalmente, as principais minas estabelecem contratos de fornecimento de combustível junto às distribuidoras, para abastecimento da frota de caminhões e equipamentos móveis da mina, o que torna o preço do diesel, combustível utilizado pelos geradores, mais barato, reduzindo, com isso, o valor do quilowatt-hora gerado pelo Powerbox.
Em termos práticos, sabemos que limitações orçamentárias dificultam e atrasam a aquisição de um equipamento com este, sobretudo sem um planejamento prévio. Pensando nisso, algumas empresas, alertas quanto à demanda reprimida no mercado para este tipo de solução já disponibiliza (para venda e ou locação) em pronta entrega, algumas unidades deste tipo de equipamento para atendimento, mesmo que temporário, da necessidade das principais minas do país.
Paralelo a isso, já podemos observar que as principais minas do Brasil, que têm como mantra a produtividade, competitividade e baixos custos operacionais, já vêm analisando a utilização desta poderosa fermenta em suas operações.
Em países da América do Sul (Peru, Chile, Colômbia, etc) onde o mercado de mineração é representativo e onde há minas em fase de implantação ou que ainda não há distribuição de energia elétrica, o P
owerbox se configura como um item comum nas operações
*Carlos Henrique de Paula é gerente geral da Divisão de Power Generation da DCML – Distribuidora Cummins de Minas e Mestre em Engenharia da Produção pela UFMG.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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