O processo de beneficiamento mineral é altamente dependente da medição de densidade das polpas tanto para o controle eficiente do processo como para o balanço de massa. O instrumento tradicionalmente utilizado nesta aplicação é o densímetroradiométrico. Principalmente após os acidentes ocorridos em barragens, intensificou-se a busca de uma solução alternativa que substitua as fontes radioativas.


Esta tecnologia, embora eficiente em sua aplicação, vai contra todos os objetivos de sustentabilidade que o segmento de bineração busca alcançar. Estima-se que o IPEN, principal centro de rejeitos radioativos do Brasil, receba em torno de 300 FRS (Fontes Radioativas Seladas) por ano. Os usuários que ainda utilizam estas fontes (cada vez menor) têm algumas opções ao final da vida útil do equipamento:

Manter sob custodia em armazenamento temporário (seria necessário ter um bunker regulamentado, aprovado e fiscalizado rotineiramente).


Destinar para disposição segura em repositórios mantidos pelo governo ou fabricantes. Os fabricantes se furtam da sua responsabilidade e, portanto, todos os custos e riscos inerentes a esta operação, inclusive o transporte especial, ficam por conta do usuário.


Por fim, uma alternativa que já é exigida na Europa é que os fabricantes se responsabilizem pela reciclagem. O que obviamente não é legislado no Brasil e facilita o fornecimento destes equipamentos que são verdadeiras “bombas relógio” de passivo ambiental. Os clientes deveriam exigir na compra destes equipamentos que a deposição deles em centros de rejeito seja integralmente responsabilidade do fornecedor. Mais que isto, os clientes deveriam exigir dos fornecedores que todos os custos associados ao
licenciamento de novos equipamentos sejam cobertos pelos fornecedores também.


Para aqueles que ainda consideram os densímetros radioativos baratos (última fronteira para não abandonar esta tecnologia de alto risco) deveriam fazer o cálculo do TCO (Total Cost Ownership), levando em conta os verdadeiros custos associados de licenciamento, transporte, descarte, maiores salários pagos a supervisores de radiologia, insalubridade, dependência operacional de poucos profissionais com permissão de acessar o instrumento, HH utilizada de recursos caros (supervisores, gerentes, engenheiros
de segurança etc.) apenas para produzir relatórios para dar conta das fontes instaladas exigidos regularmente pelo CNEN e, por último, o inestimável custo associado caso ocorra um acidente. Como
dizem, o barato sai caro – neste caso, muito caro.