Resultados alcançados contribuem para um consumo eficaz do recurso hídrico da região e melhoria dos indicadores de sustentabilidade da Alcoa

A gestão de água na Mina de Bauxita de Juruti, da Alcoa, se tornou mais eficiente após a implantação de controles de processo e estratégias operacionais aumentaram. Houve redução no volume de água vertido de 87.746m3 para 27.812m3. Já o volume de água

nova captada diminuiu de 7M m3 para 5.2M m3, enquanto o volume de água disponível no reservatório aumento de 452k m3 para 660km3. Os resultados alcançados, de acordo com os autores do estudo, contribuem para um consumo eficaz do recurso hídrico da região e

melhoria dos indicadores de sustentabilidade da Alcoa.

Localizada no oeste do Pará, Juruti é composta por área de área de mina, beneficiamento, sistema de disposição de rejeitos, ferrovia e terminal portuário às margens do Rio Amazonas. Toda água de proces- so utilizada na planta de lavagem de bauxita percorre a Lagoa de Espessamento (LE), principal barragem presente no sistema de rejeitos, que tem como função espessar o rejeito produzido pela planta de lavagem e estoque de água para uso no processo de lavagem da bauxita.

Foram implementados controles de processo visando uma maior eficiência na gestão de água da unidade assim como o de escavadeira anfíbia para abertura de canais nas Lagoas de Disposição (LD) possibilitando o aumento da recuperação de água.

A LE possui capacidade de estocagem de 4,4 Mm3 e tem como principais funções espessar o rejeito proveniente da Planta de Lavagem e estocagem de água de processo para uso na lavagem de bauxita. A LE recebe o rejeito da usina de beneficiamento na forma de pol-

pa, onde os sólidos sedimentam e adensam parcialmente. O teor de sólidos lançado na LE é de 7%. Após o tempo de retenção necessário para ocorrer a sedimentação dos sólidos, a polpa de rejeito adensado é dragada para as LDs com teor de sólidos de 22% em massa. As LDs possuem sistema de bombas para recuperação de água sobrenadante (água liberada pela polpa após a sedimentação) e este volume é retornado para a LE por meio de circuitos de tubulação.

O monitoramento do nível de água na LE é realizado em tempo real por sensor instalado na região do stoplog, enquanto o controle do nível de água é realizado por acionamento/desligamento do sistema de bombas da captação, sistema de bombas de retorno de água sobrenadante e 2 (duas) dragas de sucção e recalque. A capacidade de bombeamento do sistema de captação de água nova é de 1.200m3/h, o sistema de bombeamento de água sobrenadante possui vazão que varia de acordo com a bomba instalada nas LDs, podendo chegar a 700m3/h, enquanto a capacidade de bombeamento de cada draga é 1.200m3/h.Foram implementados novos controles operacionais para manejo de água dentro dos reservatórios, assim como uso de escavadeira anfíbia para abertura de canais preferenciais para retorno de água sobrenadante.

MÉTODOS

Uma das estratégias adotadas para otimizar a gestão de água foi a elaboração de cinco regimes operacionais para controle de nível de água e para os regimes operacionais acima do regime normal de operação foi adotado como uma das ações o desligamento do sistema de captação de água nova. As ações foram desdobradas para os técnicos e operadores da área objetivando o pleno conhecimento das estratégias pela equipe como um todo.

Com intuito de analisar e monitorar o comportamento do nível de água no reservatório da LE, foram utilizados o sistema de gestão de dados e controle de processo (OsiSoft), implantado em 2019, para monitoramento em tempo real e o relatório de Gestão de Água, dashboard em software PowerBI, para análise do comportamento histórico do reservatório e captação de água. Para otimizar o volume de água retornada utilizou-se uma escavadeira anfíbia para abertura de canais preferências dentro das LDs 1 e 2. Os canais foram abertos

ao longo do reservatório possibilitando direcionar água para a região

da bomba flutuante.

Para avaliar se as medidas implementadas foram efetivas alguns indicadores chave foram monitorados ao longo dos meses, como pluviometria, volume de água retornado das LDs e vertida pelo extravasor da LE, horas de operação e volume de água nova captada e volume de água disponível na LE.

O volume de água retornada de LDs foi de 4.8M m3, sendo aproximadamente 36% superior ao ano de 2020. Houve diminuição no volume de água vertido pelo segundo ano consecutivo. O volume total vertido em 2021 foi de 27.812m3 de água, valor 68% menor em relação ao ano de 2020 e 93% em relação ao ano de 2019.

A partir da estratégia de desligamento do bombeamento de água nova conforme o regime operacional, foi identificado redução nas horas operacionais do sistema de captação de água nova. Houve redução de 14% nas horas operacionais em relação ao ano de 2020 e 18% em relação ao ano de 2019. Para o volume de água nova captada foi verificado um volume de aproximadamente 5M m3 para 2021. Este valor representa uma redução de 25% em relação à 2020 e 28% em relação à 2019.

Ademais, notou-se aumento gradual no volume de água estocada no reservatório da LE ao longo dos últimos anos. O aumento do volume em reservatório vem ocorrendo enquanto o nível da água vem sendo mantido, o que representa um ganho real de volume estocado. Houve aumento de 46% em relação ao ano de 2021 e de 100% em relação a 2019.

Como próximos passos para continuidade do aprimoramento da gestão de água tem-se o uso da escavadeira anfíbia em todas as barragens que compõem o empreendimento para otimizar o retorno de água recuperada, automação do acionamento das bombas flutuantes para aumento de disponibilidade física (DF) e aumento do volume de amortecimento na LE com objetivo de aumentar a captação de recuperada.


AUTORES: Leonardo Sobral de Oliveira, engenheiro de processos; Micheline Costa do Nascimento, encarregada de produção , e Gustavo Ferreira Correia, superintendente de barragens todos da Alcoa World Alumina Ltda.

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