A necessidade de ter informações confiáveis para a tomada de decisões assertivas motivou a Ero Brasil Caraíba a desenvolver aplicativos para controle de KPI’s aplicado à operação de mina subterrânea e manutenção. Agora, ao final de dois anos – entre implantação, treinamento e primeiros resultados – a empresa “colhe frutos”, como define o engenheiro eletricista Felipe Mateus Leite Duarte, do setor de manutenção de frotas e um dos autores do projeto. “Estamos numa fase de colher frutos.

Hoje trabalhamos com indicadores que são gerados pelo sistema. Tínhamos problemas de sincronismo da informação, do tablet usado pelo operador com o mantenedor – pois é preciso usar tablet. Vinhamos fazendo ajustes e agora, de fato, estamos tendo mais confiabilidade nas informações”, destaca Duarte. O relatório apresentado pelos autores no 23º Prêmio de Excelência trouxe, na ocasião, a avaliação do perfil de perdas da frota Fandrill, trabalho realizado pela equipe com objetivo de mitigar situações indesejadas e eliminar não conformidades nos processos envolvidos.

Foram utilizados os dados gerados pelo sistema Mining Control, com o objetivo de relacionar as manutenções corretivas registradas com as condições operacionais a que o equipamento estava sendo submetido (realce de operação, nível de operação, mina em que o equipamento estava operando e tipo de perfuração). Atualmente, vários relatórios são gerados automaticamente com base no banco de dados que é alimentado pelo sistema.

 Inclusive os dados que utilizamos na empresa para os indicadores da manutenção vêm do sistema. Todos os indicadores pelos quais a manutenção é medida vêm através do software que foi implantado. “Antes a comunicação da manutenção era só via rádio. Ou seja, tinha uma falha na mina subterrânea e o mantenedor, após atuar na máquina, ele passava a informação para a superfície via rádio. E aqui na superfície o controlador alimentava uma planilha em Excel com aquelas informações. A planilha era enviada para a engenharia, para a gerência… e neste percurso havia perda de informação. Foi daí que a Caraíba decidiu investir em um software, onde o mantenedor registra as informações em um tablet.

 De fato, quem sabe o que aconteceu na máquina é quem atuou. Não tem que ter desvio na informação”, ressalta o engenheiro eletricista Duarte.

Ele lembra que, com isso, os planos de ação não “atacavam” a causa raiz. Foi por conta desse cenário que chegaram à ideia do Mining Control, para terem informações mais confiáveis e que gerasse maior assertividade na tomada de decisões. Atualmente, informa Duarte, a empresa lista uma série de oportunidades dentro do sistema para controlar atividades – produtivas e improdutivas. E, também, consegue-se fazer uma análise de falha em cima do que o mantenedor registra – o sistema onde atuou, em qual item encontrou falha e qual o modo.“Com tudo isso conseguimos fazer um perfil de perdas e estratificar as falhas que têm naquela determinada máquina”, salienta.

SEQUÊNCIA

 O projeto continua em andamento na Caraíba. É o sistema de gestão de equipamentos da frota, tanto para operação quanto para manutenção. A ideia, daqui por diante, é melhorar o sistema, já que foram identificados pontos de possível melhoria – que serão trabalhados junto aos desenvolvedores Através do desenvolvimento e aplicação do módulo de manutenção do sistema Mining Control no gerenciamento de falhas na frota fandrill, foi possível identificar falhas que mais se repetiram e impactaram nos custos. Além disso, com a associação dos sistemas, itens e seus respectivos modos de falha, identificou-se as causas raízes mais facilmente, de cada parada de manutenção corretiva, permitindo traçar planos de ações mais assertivos e eficazes para melhorar a disponibilidade da frota.

Os sistemas que mais impactaram na disponibilidade física e confiabilidade da frota foram: perfuratriz, elétrico e lança. Para cada um deles, foram analisado os itens que mais falharam com seu respectivo modo de falha. Através disso, a engenharia de manutenção atuou na identificação das causas raízes das falhas, a fim de traçar planos de ação cujo objetivo é o aumento do desempenho da frota.

 Ao confrontar o banco de dados da manutenção com o da operação, foi possível concluir que o fandrill falha mais rapidamente no sistema perfuratriz quando faz furos descendentes, em comparação a furos ascendentes. Para o sistema elétrico do fandrill, foi possível concluir que houve um maior número de ocorrências de queima de sensores e módulos, além de mal contatos em componentes elétricos, ao operar em regiões mais profundas da mina subterrânea.

Após análise da equipe da engenharia, foi constatado que a condensação do ar prejudica os componentes, sendo provocado por alta temperatura e umidade. Autores: Adir Meirelles Neto (gerente de mina subterrânea), Rodrigo Coelho (gerente de manutenção), Denison de Barros Galo (coordenador de operações), Luiz Felipe Bamberg Silva (engenheiro de minas pleno), Diego dos Santos Trindade (engenheiro de minas pleno), Laura Maria Castro Soares (engenheira mecânica), Felipe Mateus Leite Duarte (engenheiro eletrecista) e Fernanda Pires Peña (analista de implantação)