PDAC 2019: Assombrada pelos acidentes de barragens, mineração global reúne-se em Toronto

Sob a gritaria dos ambientalistas, a mineração global já havia se reunido semana antes em Miami, EUA, representada pelas majors do setor, em busca de um novo paradigma para a indústria, que a despeito de décadas de investimentos em preservação ambiental, vê sua imagem arruinada pelos acidentes de barragens de rejeito recentes.

As principais mineradoras globais concordaram — mais uma vez — que é preciso mudar os parâmetros de gestão dessas barragens e trabalhar para resgatar a imagem da indústria. Mas os críticos apontam que a mineração global perdeu a oportunidade em abrir mais espaço para atuação de instituições independentes na fiscalização de barragens de rejeitos. A opinião pública quer ver mais ações práticas ao invés de comunicados.

Na véspera, a PDAC divulgou relatório sobre financiamento das atividades de exploração e mineração no mundo, que trouxe números

contraditórios:  embora o total investido em exploração mineral tenha crescido 30% no Canadá em 2018 contra a alta média de 20% a nível global, o financiamento desses recursos caiu 50% no âmbito mundial e encolheu 25% nesse país. Os analistas apontam os preços fracos dos metais como o fator determinante dessa tendência em exploração, bem como as incertezas sobre o comércio global.

Outras questões prementes esperam pela mineração global — não é mera coincidência que o 1º tema do programa do PDAC 2019 que começou 2 de março em Toronto, Canadá, seja as relações com as nações aborígenes, reunindo a experiência do Canadá, Austrália e outros países na implementação de parcerias em benefício mútuo, respeitando a cultura e os direitos das tribos indígenas.

Os nativos canadenses têm participação acionária nos empreendimentos implantados em seus territórios —como hidrelétricas e minas – assegurando fontes permanentes de renda para as comunidades. Mas as organizações a favor dos indígenas querem expandir os benefícios – considerados inadequados, principalmente em geração de empregos.

O Brasil é um dos países co-patrocinadores do congresso da PDAC este ano, ao lado de Peru e Canadá; também  participam com co-patrocínio mineradoras como Vale e Nexa, que figuram ao lado de nomes globais como Teck, BHP, Barrick, Anglo American, Newmont e outros.