AngloGold Ashanti acelera processo de disposição a seco

Augusto Diniz

Com operações na Unidade Cuiabá, em Sabará (MG), Córrego do Sítio, em Santa Barbara (MG) e Serra Grande, em Crixás (GO), a mineradora AngloGold Ashanti afirma estar acelerando o processo de disposição a seco.

Segundo Camilo de Lelis Farace, diretor-presidente da empresa no Brasil, das suas cinco barragens de rejeitos em Minas Gerais e uma em Goiás, a da Unidade de Cuiabá já tem hoje 50% de seu rejeito disposto a seco e da unidade de Córrego do Sítio, o índice alcança 40%.

“Importante destacar que a segurança das barragens é prioridade.

Elas são monitoradas diariamente por uma equipe, que verifica as condições de estrutura, avalia o nível de água e o funcionamento do sistema de drenagem. Em todas as barragens, além do monitoramento por piezômetros , são realizadas auditorias internas e externas”, diz Camilo.

As operações brasileiras respondem por 15% da produção global de ouro do grupo. A mineradora afirma ainda estar fazendo investimentos de U$ 120 milhões em suas plantas no Brasil, para o desenvolvimento, exploração, equipamentos, substituição de frotas e infraestrutura de minas.

“Quando falamos em investi mento em mineração estamos falando de um processo contínuo. Não temos uma nova expansão de volume da mina programada para este ano. Temos investimentos contínuos principalmente para exploração, que é o que dá vida a uma empresa de mineração”, afirma o diretor-presidente.

Assim, o executivo afirma que seguirá proporcionalmente os programas de exploração, de desenvolvimento e produção. “A Unidade Cuiabá é que apresenta hoje maior produção e a que demanda a maior quantidade de investimentos”, diz.

Mineração 4.0

mina subterrânea
Trabalhos em andamento em uma mina subterrânea da AngloGold Ashanti

AngloGold Ashanti informa também que o desenvolvimento de tecnologia e inovação tem estado presente em toda a cadeia produtiva da empresa, desde a mina até a produção de barras de ouro. “A empresa agora vive o momento da preparação para o que se convencionou chamar de smart mining, ou seja, a implementação tecnologias inteligentes que vão proporcionar romper a barreira atual rumo à mineração 4.0”, conta Camilo.
Alguns exemplos de inovação nas operações da empresa inclui a solução que permite a detonação das frentes de lavra acionada à distância, diminuindo sobremaneira os riscos.

Já a implantação de um rompedor hidráulico, na Mina Cuiabá, em Sabará (MG), está sendo responsável por reduzir a granonulometria do minério para as próximas fases do processo.

O equipamento, localizado no subsolo, é operado totalmente à distância, da superfície, por meio de joysticks.

Já a carregadeira semiautônoma, também na Mina Cuiabá, tem foco na disponibilização de equipamento pesado a ser operado à distância e de forma semiautônoma. Neste caso, o operador, da superfície, trafega com a carregadeira LHD (Load, Haul, Dump machine) no subsolo, que “grava” o percurso a ser feito. Na sequência, a carregadeira faz o percurso de forma
autônoma, deixando para o operador apenas os ciclos de carregamento.

Para operações subterrâneas, no caso da AngloGold Ashanti, a ventilação é um dos principais processos para manter um ambiente adequado, tanto em relação à temperatura quanto em qualidade do ar. Trata-se também de um dos principais consumidores de energia.

A evolução desses sistemas na mineradora é a base do VoD (Ventilation on Demand). A tecnologia é um sistema inteligente que permite o tele-acionamento – incluindo o sensoriamento de pontos estratégicos – de forma a orientar a tomada de decisão sobre quais exaustores devem operar e quando. O resultado é um ambiente de alta qualidade e com eficiência energética
muito superior.

Camilo de lelis
Camilo de Lelis Farace

Na unidade de Córrego do Sítio, em Santa Bárbara (MG), um dos principais destaques é o equipamento Ore Sorting para classificação do minério de ouro.

Ele faz a segregação do minério de alto e baixo teor por meio de raio-X e laser.

Assim, a empresa consegue pré-concentrar o minério logo nos estágios iniciais do processo de beneficiamento, reduzindo o volume de massa a ser tratada, bem como o rejeito depositado em barragens.

A AngloGold Ashanti, que se se reuniu com outras mineradoras para criar o Mining Hub, um centro de inovação para startups desenvolverem soluções para o setor, ela apadrinhou a
temática da eficiência energética, com projeto-piloto da startup Green Fuel.

O projeto da Green Fuel – Sistema de Otimização de Combustível e Emissão de Gases – usa célula de hidrogênio, instalada de forma autônoma produzindo sob demanda com controle
eletrônica, embarcada no equipamento.

“Pelo nosso prognóstico, a redução no consumo de diesel em carregadeiras e caminhões será da ordem de 4%. Além da diminuição do custo operacional, pela redução do consumo de
combustível, esperamos melhoria também nas condições operacionais, com a diminuição da concentração de poluentes nos gases emitidos pelos motores no interior da mina, além da diminuição da temperatura dos gases de escape”, conclui Camilo de Lelis Farace.

AngloGold Ashanti, atua no Brasil desde 1834.

unidade industrial
Unidade industrial em Minas Gerais da mineradora