Diretor de exploração geológica expressa preocupação quanto ao novo marco regulatório
A ser operado por caminhões rodoviários em mina a céu aberto, sem uso de explosivos devido às características friáveis do terreno, o principal investimento da empresa está sendo realizado no projeto de bauxita Alumina Rondon, em Randon do Pará (PA). A mineradora prevê a construção da mina e refinaria integrada, um dos principais diferenciais da operação quando comparada a outros empreendimentos da cadeia do alumínio no estado.
A operação, prevista para início em 2017, tem o investimento de R$ 6,6 bilhões e gerará durante a fase de implantação cerca de 6.000 postos de trabalho e 1.600 quando for iniciada a etapa de produção, isso entre empregados próprios e contratados. A contratação, capacitação e qualificação da mão de obra e de fornecedores priorizará a população e empresas locais, como explica Jones Belther, diretor de Exploração Mineral da empresa. “Nossos projetos têm foco na capacitação da mão de obra local, em Alumina Randon, por exemplo, já estamos trabalhando junto ao Senai e outras instituições e esse ano capacitaremos 100 profissionais”, afirma.
Na primeira fase do projeto, aguardada para 2017, a produção inicial será de 3 milhões t de alumina por ano, refinadas na segunda maior planta do mundo e chegando ao dobro após sua conclusão, quanto à extração anual, essa será de 7,7 milhões t de bauxita. A planta será autossuficiente em energia, pois, nas caldeiras da fábrica, produz-se vapor a alta pressão, o qual aciona as turbinas e tem sua pressão diminuída. Já com baixa pressão, o vapor será enviado para o processo de aquecimento do licor que contém a bauxita e soda cáustica para depois retornar às caldeiras, onde, por fim, volta a ser aquecido. As caldeiras de vapor poderão utilizar diferentes combustíveis, como coque de petróleo, carvão mineral ou biomassa.
Até o momento, as pesquisas apontam vida útil de 50 anos e recursos minerais medidos de 1,5 bilhão t de bauxita, sendo sua produção escoada por meio do porto Vila do Conde, em Barcarena (PA), chegando no porto por caminhões em rodovias federais. Contudo, na segunda fase do empreendimento, a alumina deverá ser levada até o porto pela ferrovia Norte-Sul em seu último trecho que se encontra em projeto e deverá ser construída pelo governo brasileiro.
Outro projeto da empresa está localizado a 900 quilômetros de Cuiabá (MT) e trata-se de um dos maiores depósitos de zinco do Brasil. Situado em Aripuanã (MT), a área possui além de zinco, os commodities chumbo, cobre, ouro e prata como subprodutos. O início da produção está previsto para 2018 e é umajoint ventureentre Votorantim Metais e Karmin Resources para explotar cerca de 35milhões de t em recursos minerais, com potencial para extensões lateral e em profundidade.A mina, a qual terá operação subterrânea com frota rodoviária e de mineração, produzirá 70 mil t de zinco, processadas em Juiz de Fora (MG), 20 mil t chumbo e 6 t de cobre. No projeto, estimado em média de R$ 500 milhões de investimento total, estima-se vida útil acima de 20 anos e cerca de 700 funcionários.
Por fim, o terceiro projeto destaque da Votorantim Metais no País é o de zinco de Santa Maria, nas minas do Camaquã, em Caçapava do Sul (RS), o projeto é umajoint venturecom a Mineração Iamgold Brasil. O depósito tem recurso mineral de 14 milhões t e está localizado em uma área fértil para zinco, chumbo e cobre, numa região com boa infraestrutura inicial para investimentos. No caso de Santa Maria a produção, inicialmente estimada em 20 mil t/ano de chumbo e 20 mil t/ano de zinco em concentrado ao ano, será transportada por caminhões até Juiz de Fora, ou por de navio através do porto de Rio Grande (RS). Esse se trata de um projeto menor se comparado aos outros dois, e a mineradora irá investir por volta de R$ 300 milhões na mina a céu aberto de vida útil estimada em 20 anos com 600 funcionários.
Questionado sobre as incertezas que a indefinição do novo marco regulatório ainda levanta, o diretor de Exploração Mineral conta que a visão da empresa sobre o mercado ainda não é das melhores, mas a expectativa é de que nos anos a virem, isso mude e a Votorantim Metais consiga ter seus produtos em uma situação mais adequada em relação as commodities. “Nossa visão é que o marco regulatório vigente já é muito bom e ele proporcionou o crescimento do setor mineral brasileiro de forma excelente, o que levou ao volume total de investimentos previstos nos próximos cinco anos de US$ 75 bilhões. Sobre o novo código,temos muitas preocupações, uma delas é a sua característica altamente discricionária que dá muito poder ao gestor do órgão regulador, há também a falta de descrição do código, o que não deixa expressamente claro como ele deve funcionar, ocasionando insegurança jurídica. Por fim, existe seu caráter taxatório, que vai contra à atuação de investimentos, pois, como é gerido por contratos, irá elevar o nível de burocratização, atrasando projetos e investimentos, contudo, o mais preocupante para o o setor é o que tange os direitos adquiridos, pois o código não deixa ainda claro muitos pontos, e isso passa insegurança ao mercado”, finaliza.
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