Tecnologia de tratamento de efluente soluciona gargalo de mineradora na Argentina
Além da tecnologia de osmose reversa utilizada para remoção dos contaminantes dissolvidos, a Weste, companhia formada entre a Este e Water Solutions, implementou as etapas de pré-filtração e ultra-filtração ao processo.
A fase de pré-filtração foi necessária para retirar as partículas sólidas maiores que 75 micra, visando a evitar danos às membranas da etapa seguinte. Para isso, foram instalados dois filtros de limpeza automática, fornecidos pela israelense Amiad Filters.
“Estes filtros trabalham por diferença de pressão controlados por PLC (Programmable Logic Controller). A água tratada é enviada através de bombas com variadores de velocidades, com o objetivo de manter cheios os tanques intermediários de armazenamento de água ultra-filtrada”, afirma Rodrigues.
Carlos Rodrigues, gerente Comercial da W.Este
Já a unidade de ultra-filtração é composta por duas linhas de tratamento de quatro membranas, equipadas com sensores de pressão e de retenção de ar, que efetuam a filtragem de partículas maiores de 4 micra. A água filtrada é armazenada em três tanques intermediários, como um pulmão para a etapa posterior.
As membranas são retrolavadas por backwash, ou seja, a água ingressa de fora para dentro, desalojando a torta formada sobre elas. Esta água gerada pela limpezaé enviada novamente para a barragem de rejeitos por estar carregada de sólidos retidos pelas membranas.
Este sistema, comandado através de um PLC, é acionado a cada hora ou quando as diferenças de pressão sejam superiores a 1 bar. A limpeza das membranas por backwash se efetua com água ultrafiltrada dos tanques intermediários, através de duas bombas centrífugas. Além disso, a cada 48 horas é necessário uma lavagem das membranas com limpadores químicos, CEB (Clean Enhanced Backwash), um procedimento que dura cerca de 30 minutos.
Por fim, na osmose reversa, a água da barragem, contendo rejeitos da exploração de prata, chumbo, e zinco (com diâmetro superior a 5 micra), é bombeada, com pressão de 6 bar, para dois módulos com cinco membranas cada. Este sistema possui um sistema CIP (Clean in Place) que efetua a limpeza química das membranas semnecessidade de removê-las.
O investimento da mineradora Aguilar no sistema de membranas foi de US$ 1.400.000 e o custo de operação atinge US$ 30/m3. “Este valor de operação é considerado baixo quando comparado com a maior captação/bombeamento para a planta”, ressalta o gerente.
O projeto possibilitou a geração de 160 m3/h de água ultrafiltrada e 60 m3/h de água desmineralizada, atendendo as exigências dos órgãos ambientais. “A qualidade da água tratada, exigida pelo marco regulatório para ser descartada no Rio Casa Grande, é melhor que a água bruta utilizada, sendo seu reuso totalmente aplicável”, comenta Rodrigues.
A Mineria Aguilar, fundada em 1930, está localizada em El Aguilar, a 3.600 m acima do nível do mar, o que torna dispendioso o bombeamento de água de outras regiões. Para 2015, a mineradora pretende duplicar a produção de água na planta, com a inclusão de um floco-decantador e a substituição de membranas horizontais por verticais.
“Sabemos que água está se tornando escassa e,consequentemente, mais cara. Cada cliente tem uma necessidade e um budget. Desta forma, oferecemos desde os tratamentos mais simples como tratamento de águas pluviais, assim como desmineralização através de osmose reversa”, conclui.
Fonte: Revista Minérios & Minerales