Customização de Preferências de Cookies

Usamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para habilitar as funcionalidades básicas do site.... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyse the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customised advertisements based on the pages you visited previously and to analyse the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Separação magnética trata lama e rejeito arenoso em rotas distintas – gerando 2,5% da produção total*

Separação magnética trata lama e rejeito arenoso em rotas distintas – gerando 2,5% da produção total*

A Mineração Casa de Pedra, do Grupo CSN, está localizada em Congonhas (MG), e é a segunda exportadora de minério de Ferro do país, com capacidade de produção de 30 milhões de t/ano. Em 2013, estudos com novas tecnologias de tratamento e filtragem dos rejeitos foram iniciados. O desafio consistia em recuperar parte do conteúdo metálico contidos nas lamas e no rejeito arenoso, e o rejeito desse processo deveria ser entregue aos processos subsequentes de disposição de uma forma manuseável e com menor teor de água possível.

Estudos internos mostraram que os rejeitos, lama e arenoso, beneficiados separadamente pelo processo de concentração magnética, proporciona maior recuperação em massa e, consequentemente, a redução do volume para o sistema posterior de disposição. O produto gerado é incorporado à produção da Mineração Casa de Pedra e o rejeito obtido nesses processos de concentração magnética é direcionado para o sistema de adensamento e filtragem em filtros prensa.

Em 2016, ocorreu a mudança do conceito no projeto da recuperação de Fe da fração ultrafina gerada nos ciclones de 4”. O conceito anterior de concentração por flotação em colunas foi substituído por

concentração magnética.

Em 2017, a Mineração Casa de Pedra iniciou a implantação do projeto de concentração magnética das lamas, denominado de CMAI I. E em 2018 foi iniciado o projeto de concentração magnética do rejeito arenoso, denominado de CMAI II.

As máquinas utilizadas são do tipo WHIMS (wet high magnetic separator) com bobinas imantadas que proporcionam campos magnéticos superiores a 11.000 Gauss e são responsáveis por aproximadamente

2,5% da produção total da Mina Casa de Pedra, que anteriormente era direcionado para a barragem.

Em 2018, iniciou-se a execução do projeto da planta de filtragem de rejeitos, com capacidade de 9 milhões de t/ano. Após a filtragem, o rejeito com aproximadamente 15% de umidade é empilhado em pilhas tipo cônica e posteriormente retomado por pá carregadeiras de médio porte e transportados por caminhões do tipo báscula de 40 t até a área de disposição em pilhas, através do método de contra empilhamento.

A água recuperada nesse processo representa 31% e retorna para a planta industrial, reduzindo a extração de água nova dos rios e lençol freático.

Ao final, desde os estudos para definição dos critérios básicos de engenharia, definição de rota de processo, engenharia básica, engenharia detalhada, implantação e até a posta em marcha, estima-se que foram consumidos quase três anos para os três projetos: CMAI I, CMAI II e Filtragem de Rejeitos.

Estes projetos demandaram aproximadamente quase 1.300 pessoas (diretos e indiretos – estudos, obras e montagem) e são tecnologias já consagradas no ramo mineral. Os equipamentos de concentração magnética são brasileiros e usam tecnologia da Gaustec Magnetismo e os filtros do tipo prensa são importados da Itália e sua

tecnologia pertence à empresa Matec.

Todo o conceito do projeto e a engenharia conceitual foi desenvolvido internamente pelas equipes de Processo, Projeto e Operação da CSN e o HH (homens-hora) dos envolvidos, bem como os custos dos testes de bancada, foram absorvidos pelas áreas no orçamento de custeio.

A principal beneficiada da implantação dos projetos desenvolvidos pela CSN Mineração é a sociedade de Congonhas. Desde de janeiro de 2020, com os projetos operando a 100% de sua capacidade, não há mais lançamento de rejeitos em barragem. Na sequência, iniciou-se a próxima fase de estudo para recuperação dos

rejeitos contidos na barragem Casa de Pedra, para que no futuro, não distante, seja eliminado a estrutura da barragem.

Projetos

Antes de entrar no detalhe dos projetos incorporados à planta de beneficiamento da Mineração Casa de Pedra e que impulsionaram a adequação do processo ao minério alimentado (ROM), foi analisado o fluxograma de processo da Planta Central.

Em comum, estes projetos foram instalados no circuito de recuperação de finos da planta central e são operações unitárias, que visam à concentração das frações granulométricas do ROM que sofreram a maior redução de ferro.

Estas iniciativas objetivam a recuperação de operações antecessoras que se mostram ineficientes frente as novas características do ROM, novos litotipos que compõem a alimentação da Planta Central.

Os projetos da Filtragem de Rejeitos I e II visam alterar a operação de rejeitos, passando de uma disposição convencional em barragem para a disposição de rejeitos em pilha.

Projetos auxiliares foram conduzidos paralelamente e se somam aos projetos listados anteriormente, tais como balanço hídrico, adensamento de rejeitos e distribuição de água, balanço energético (consumo de kWh) e área de deposição de rejeitos.

Recuperação

Os projetos com denominação CMAI são compostos por equipamentos de concentração magnética de alta intensidade. A susceptibilidade magnética é o principal veículo de recuperação de ferro, ou seja, a polpa de minério ao passar pelos equipamentos sofre indução do campo magnético gerado por uma diferença de potencial em bobinas e o ferro (paramagnético) adere às matrizes deste equipamento.

Assim, os projetos CMAI foram instalados nos fluxos onde existiam perda de teor de ferro e em função da característica de cada fluxo. Este fato é primordial para o atual sucesso das operações de concentração magnética, pois cada fluxo é operado conforme o teor e granulometria.

CMAI Ultrafinos (UF): Concentração magnética de alta intensidade implementada para recuperar o fluxo de material proveniente do underflow da microdeslamagem (deslamagem em ciclones de 4 polegadas).

Principais características do fluxo: teor médio de ferro na alimentação de 50% e granulometria compreendida entre 0,150mm e 0,020mm. O produto final tem 65% de ferro e o rejeito com teor médio de 32%.

CMAI I: Concentração magnética de alta intensidade implementada para recuperar o fluxo de material proveniente do underflow do espessador denominado de EP51. Este fluxo é constituído prioritariamente de overflow dos ciclones de 4 polegadas + o rejeito do CMAI UF.

Principais características do fluxo: teor médio de ferro na alimentação de 45% e granulometria abaixo de 0,150 mm, sendo que 80% é passante na malha de 0,020 mm. Material extremamente fino e com

alto teor de alumina (Al2O3 > 6%). Produto final com 60% Fe. A linha é composta por quatro máquinas G-3600 da Gaustec, sendo três máquinas na etapa rougher e uma na etapa cleaner.

CMAI II: Concentração magnética de alta intensidade para recuperar o fluxo de material proveniente do overflow das colunas de flotação. Ou seja, recuperar o rejeito do processo concentração por flotação e gerar uma carga circulante neste circuito.

Principais características do fluxo: teor médio de ferro de 20% e granulometria compreendida entre 0,150 mm e 0,020 mm. Fluxo de polpa com elevado teor de sílica, extremamente abrasivo e com espuma oriunda da flotação. Produto final com 30% Fe que retorna como carga circulante na flotação. O teor de rejeito deste processo está com média de 8,5%. Esta linha é composta por 4 máquinas G-3600 da Gaustec, sendo duas máquinas na etapa

rougher e duas na e tapa cleaner.

Com a implantação dos projetos CMAI I e CMAI II, a recuperação em massa da planta industrial aumentou em 9%, ou seja, 1,7 Mt anual de rejeito são transformadas em produto, gerando valor caixa para a CSN Mineração e mostrando o compromisso com a sustentabilidade do negócio.

Filtragem

Na planta beneficiamento há dois fluxos geradores de rejeito: rejeito do CMAI II e rejeito lama proveniente do CMAI I. Os teores de ferro de cada fluxo são respectivamente, 8,5% e 35%. Este último ainda é passível de recuperação, que está em estudo conceitual para definir rota de processo. Ambos os projetos foram concebidos para reduzir o percentual de água contido em seus respectivos fluxos, de forma a possibilitar o manuseio e conformar a disposição em sistema de empilhamento, as chamadas pilhas de rejeito.

Os rejeitos do CMAI II e CMAI I são encaminhados para o sistema de filtragem de rejeitos, compostos por tanques de homogeneização, sistema de adensamento via cones verticais, planta de preparação e dosagem de floculante, tanques pulmão, filtros do tipo prensa e transportadores de correia para empilhamento do rejeito filtrado.

O rejeito filtrado possui uma média de umidade de 15%. Esta umidade praticada, juntamente com as características granulométricas, possibilitou a disposição do rejeito filtrado em forma de pilhas, através do método de contra empilhamento, onde o rejeito é espalhado em camadas de aproximadamente 60 cm e são compactadas de modo a garantir a estabilidade da estrutura.

Além da garantia operacional, pois deixa-se de dispor o rejeito na barragem, o projeto de filtragem de rejeitos traz ganhos operacionais com relação à movimentação de rejeitos via manejo de caminhão, que é bem mais eficiente.

O projeto de filtragem de rejeitos foi concebido em duas fases. A Fase I da Filtragem de rejeitos teve sua contratação assinada junto a Matec em setembro de 2017 e o start up foi iniciado em setembro de

2018. Já a Fase II da Filtragem II de rejeito teve sua contratação assinada em julho de 2018 e seu start up foi em agosto de 2019.

A Filtragem de rejeitos I e II foram concebidas para operar à capacidade de 1.200t/h. Considerando que a planta central trabalhe 7.250 horas por ano, tem-se uma capacidade anual de processamento de 8,7 Mt de rejeito.

Empilhamento

Para empilhar os rejeitos provenientes da movimentação de manejo e rejeito filtrado, há a necessidade de área para disposição dos mesmos. Neste sentido, a CSN Mineração buscou junto aos órgãos ambientais o licenciamento de áreas para esta finalidade.

Conclusões

Os projetos de aumento de recuperação em massa proporcionaram a redução do conteúdo metálico de ferro descartado para as barragens. Em 2013, o teor de ferro no rejeito da Planta Central era de 48,7%, e em 2019 previa-se reduzir o teor de ferro no rejeito a 24,5%.

Além do ganho de conteúdo metálico, mesmo com a redução do teor de ferro na alimentação da planta de beneficiamento de 58% em 2013 para 55% em 2019, a planta elevou seus níveis de recuperação em massa próxima de 70% para 79%, fato este que demostra a assertividade dos projetos e a redução de massa (volume) lançada

na barragem.

O projeto de filtragem de rejeitos mostrou-se tecnicamente adequado ao processo e deu garantia operacional de continuidade ao empreendimento.

*Este trabalho concorreu ao 22º Prêmio de Excelência da Indústria

Minero-Metalúrgica Brasileira no ano passado.

Autores: Lívia Mara Cândido, engenheira de processo; Wellington Ribeiro Moreira, gerente de processo e engenharia de automação, Leone Fernando da Costa, engenheiro de minas PL; Adriano Raimundo Totou, engenheiro de processo especialista; Gustavo Henrique Dias de Almeida, engenheiro de automação e técnico especialista em Manutenção; Anderson William Satini, engenheiro de produção, e Ronaldo Raimundo Rodrigues, técnico de desenvolvimento – todos da CSN Mineração.