Programa de monitoramento inclui a prática “Poeira Zero”

Mineradora destinará por volta de R$ 1.600.000 a programas ambientais em 2013

Com sede no Canadá, a Kinross Gold Corporation, quinta maior produtora de ouro do mundo, conta com um programa amplo de monitoramento ambiental implantado em suas dependências e entorno da mina Morro do Ouro, em Paracatu (MG). Dentre os principais acompanhamentos realizados se destacam o monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas, de ruído, da qualidade do ar e, por fim, da pressão acústica e vibração, todos dotados de procedimentos que obedecem padrões estabelecidos por normas técnicas.

Em conformidade com seu programa de relacionamento com comunidade, a mineradora implantou um programa de monitores ambientais, formado por moradores dos bairros vizinhos à mina, que acompanham as análises junto aos técnicos da Kinross. Atualmente, são 12 técnicos, sendo dois funcionários da mineradora e dez contratados de uma empresa especializada, acompanhados por um grupo de 16 moradores dos bairros vizinhos, com o intuito de dar mais transparência ao programa de monitoramento ambiental da empresa e, consequentemente, manter o bom relacionamento com a comunidade.

Em relação ao programa de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas, o programa permite a verificação dos resultados de qualidade das águas, monitoramentos de efluentes e de vazão. Com base nessas informações, a empresa mantém atualizado seu balanço hídrico, assim como o modelamento hidrogeológico e hidrogeoquímico.

Segundo Juliana Ésper, gerente de Meio Ambiente da Kinross, com o monitoramento das águas superficiais e subterrâneas é possível demonstrar o desempenho que o site possui quanto aos controles ambientais e, dessa forma, a empresa consegue se antecipar a eventuais falhas no processo que poderiam ocasionar algum dano ao meio ambiente.

Sobre os monitoramentos dos efluentes, as principais ações do programa são: Manutenção de redes fluviométricas e acompanhamento das vazões em cursos de água superficiais e variações dos níveis de água subterrânea nos poços de monitoramento; avaliação da qualidade nos cursos d’água localizados próximos às atividades da empresa e sua área de influência; avaliação da qualidade das águas subterrâneas; e monitoramento dos efluentes.

A gerente explica que não há contaminação do lençol freático devido à operação. “Por meio dos resultados de monitoramentos das águas subterrâneas, a Kinross Paracatu atualiza frequentemente seus estudos relacionados às possíveis alterações da qualidade da água subterrânea. Estudos demonstram que o volume de água que infiltra na área da mina é baixo devido a característica das rochas, que não apresentam grande permeabilidade”, conta.

Atualmente a empresa mantém uma rede em 46 pontos de monitoramento da qualidade da água superficial, 44 poços de monitoramento da água subterrânea e 37 pontos de acompanhamento de vazão, o que permite avaliar com clareza o desempenho dos controles adotados para minimizar os impactos concernentes a recursos hídricos.

A mineradora mantém também na mina Morro do Ouro, o programa de monitoramento da qualidade do ar, o qual conta com a Rede Otimizada de Monitoramento da Qualidade do Ar e Meteorologia (ROMQAM – Paracatu), em operação desde dezembro de 2011. Essa rede é formada por cinco estações de acompanhamento automáticas de particulados que foram instaladas no entorno do empreendimento seguindo requisitos recomendados no estudo de dispersão atmosférica da empresa e leva em consideração o monitoramento de diversos tamanhos de partículas.

Com esse sistema é possível receber os dados online da concentração existente no entorno do empreendimento, o que permite uma gestão mais eficaz e preventiva nos casos de um eventual aumento de emissão de poeira fugitiva. A rede também disponibiliza online os resultados coletados pelas estações à Promotoria Pública de Paracatu e FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente).

Além disso, a empresa adota desde 2009 o programa “Poeira Zero”, que levanta falhas de procedimentos e engenharia que podem ocasionar a geração de poeira fugitiva dentro de toda a empresa. Ele contempla diversas ações que visam à minimização das emissões, como: Aspersão das vias não pavimentadas com caminhões pipa; aplicação de polímero nos taludes da mina para criar uma película sobre o talude para evitar a dispersão de material particulado; manutenção preventiva da frota de veículos, optando-se sempre pelo uso de tecnologias modernas com menor emissão de poluentes; controle da velocidade dos veículos e de acesso a locais que não estão em operação, através da sinalização das vias; recobrimento dos principais acessos com laterita, ou material similar; e manutenção dos taludes e pilhas de estéril na divisa da mina com a comunidade; plantio de cortina arbórea e revegetação.

Para 2013, a empresa planeja adquirir um caminhão fora de estrada adaptado para funcionar como pipa na área da mina. Isso agilizará o processo de umidificação, uma vez que o tempo de translado para abastecimento dos pipas será minimizado. A gerente conta que outras ações na área da planta de beneficiamento estão em andamento, como a melhoria do sistema de aspersão de água nas moegas e instalação de canhões de névoas na pilha de estoque de minério contida na área industrial da empresa.

A Kinross, com o objetivo de garantir a manutenção dos níveis de ruído dentro dos limites estabelecidos pela legislação vigente, mantém um programa contínuo de monitoramento de ruído com medições realizadas todos os dias nos períodos diurno e noturno. Caso seja constatado que os níveis de pressão sonora provenientes da operação da mina estão próximos aos limites ambientais, o técnico responsável pelo acompanhamento informa ao supervisor de operação para, a partir daí, iniciar as atividades de rearranjo das frentes de lavra.

Por fim, o programa de controle da pressão acústica e da vibração realiza monitoramento da pressão acústica diariamente nos bairros vizinhos, com a participação dos representantes da comunidade. São utilizados para as medições, sismógrafos Instantel, dotados de geofones triaxiais e microfone, que permitem captar a vibração no maciço e a pressão acústica, causadas pelo desmonte
com explosivos.

Somente nesse ano, o orçamento para os monitoramentos foi cotado em R$ 1.600.000, já em relação aos programas socioambientais são mais R$ 213.500 destinados aos programas “Educação Ambiental”, “Programa Nascentes do Paracatu” e “Mineração em nossas vidas”.