Sistema inteligente, chamado VMS, permite se acompanhar em tempo real o comportamento da estrutura
O sistema foi desenvolvido para facilitar a medição direta do fluxo de água e o transporte dos agentes contaminantes. Desenvolvido inicialmente para fins científicos, a solução foi aperfeiçoada como ferramenta industrial robusta e implementada para uma ampla gama de condições hidrológicas, geológicas e químicas.
Nas barragens o sistema permite que desde os operadores e gerentes até agências fiscalizadoras obtenham dados contínuos em tempo real do processo de percolação da água através das barragens de terra ou diques de aterro.
Controle e Monitoramento
A tecnologia de monitoramento se baseia em conjuntos de sensores que são instalados nas barragens. A análise detalhada dos dados obtidos pelo sistema de monitoramento fornece alerta precoce sobre os processos de umectação da barragem e do potencial enfraquecimento da sua estabilidade. Os dados do sistema podem ser acompanhados pela internet para análise em tempo real do estado de umidade da barragem.
O monitoramento em tempo real pode conduzir a economias substanciais nos custos de manutenção e reparos, aumentar dramaticamente a confiabilidade das barragens, elevando a confiança dos habitantes da região, investidores, proprietários e operadoras.
Segundo Flávio Barros, gerente de vendas da Tenova do Brasil, “o sistema garante o controle dos processos de manutenção como o alerta precoce e a gestão de riscos com base na mais avançada tecnologia, que envolve a transferência de dados e análise da informação fornecida pelo instrumental de última geração, e reduz de maneira significativa o número de falhas nas barragens causadas na sua maioria pelas infiltrações”, explica.
Estudo: processo de ruptura das barragens
A Tenova BatmanTechnologies (TBT) possui diversos artigos publicados com base no estudos de medidas integradas de gerenciamento de riscos e emergências em barragens devido aos processos de infiltração de água no solo, que corroboram a longo prazo para o enfraquecimento, a perda da estabilidade e potencialmente até mesmo a ruptura da barragem.
Atualmente, a maioria dos programas de monitoramento nas barragens de terra são baseados na medição do nível de água dos lençóis freáticos com o uso de piezômetros que detectam a água livre nos poços designados, indicando a saturação indesejável do sedimento da barragem. Porém estudos da Tenova Bateman Technologies (TBT) identificaram que o fluxo de água em condições não saturadas é considerado como um processo complexo e instável, que é fortemente dependente das propriedades hidráulicas e químicas reais dos sedimentos, como também da capacidade de medição in-situ, e das condições hidráulicas do sedimento insaturado.
Por isso, os estudos desenvolvidos pela companhia levaram ao desenvolvimento da tecnologia (VMS) de monitoramento in-situ que mede continuamente as condições reais do sedimento na subsuperfície, no interior do corpo das barragens, e é capaz de detectar o início de infiltração.
Resultados comprovados
O sistema foi implementado com sucesso em vários projetos de barragem semelhantes em várias configurações hidrológicas e geológicas. Isso inclui a infiltração da água de inundação nos canais e reservatórios, baixa lixiviação de contaminantes em ambientes agrícolas e também em aterros, e controle dos processos de remediação em área contaminada.
O VMS é capaz de monitorar as seções mais profundas de sedimentos insaturados que prevalecem nas pilhas de minério. Foi testado com sucesso em aquíferos aluviais rasos, com monitoramento sob rios efêmeros e em desertos hiper-áridos em paises como EUA, Namíbia, África do Sul, Israel e Espanha.
Os dados coletados pelo sistema permitem medições diretas das variações temporais no conteúdo de água dos sedimentos em relação aos ciclos de irrigação implantados na superfície da terra. Como tal, a velocidade de infiltração da água e os fluxos nos sedimentos insaturados podem ser medidos em linha e fornecer feedback direto aos gerentes do projeto sobre a velocidade do processo de infiltração.
Fonte: Revista Minérios & Minerales